Três semanas a fintar e a somar

O segundo ciclo da temporada foi ultrapassado com mestria, não só pelo triunfo diante do FC Porto na 7.ª jornada, mas principalmente pela liderança na tabela classificativa da Liga NOS.

Neste momento, o Benfica soma 17 pontos, mais um do que em período homólogo da época passada, superando os rivais mais diretos, FC Porto e Sporting, que contabilizam menos seis pontos do que os registados em 2017/18.

Este segundo ciclo de 2018/19 arrancou a 15 de setembro com a receção ao Rio Ave na Taça da Liga e terminou no clássico, jogo que as águias venceram por 1-0, e que o treinador Rui Vitória considerou ser um triunfo “à Benfica, com determinação, garra e acreditar”. Nos seis jogos, registaram-se quatro vitórias, um empate e somente um desaire – o único da temporada –, diante do Bayern Munique. Foram marcados 10 golos e sofridos sete.

A abertura deste ciclo coincidiu com a estreia na Taça da Liga 2018/19, competição em que o Benfica, como emblema mais titulado (sete troféus), tem claras aspirações. No Estádio da Luz, os comandados por Rui Vitória não deixaram créditos por… pés alheios e ganharam, por 2-1. Salvio e Rafa desferiram os remates certeiros. Este resultado, e o empate entre o Paços de Ferreira e o Desportivo das Aves, deixa os encarnados a uma vitória de carimbar o passaporte para a final four da prova, que tem lugar em Braga.

O jogo seguinte – o 10.º da época – trouxe a primeira e única derrota. O Bayern Munique viajou até à Luz para a ronda inaugural do Grupo E da Liga dos Campeões e venceu, por 0-2. Destaque para o regresso de Renato Sanches a uma casa que bem conhece e que lhe é tão querida. O jovem formado no Caixa Futebol Campus respondeu com uma exibição de encher o olho e um golo que não festejou.

Ainda no Estádio da Luz, o regresso às lides da Liga NOS aconteceu a 23 de setembro frente ao Desportivo das Aves. Num jogo de sentido único, as águias venceram, por 2-0. Os golos foram da autoria de João Félix e Cervi. Em relação ao Sub-21 português, sentimento agridoce! Marcou um golo de belo efeito que abriu o marcador, mas acabou por sair lesionado aos 53’.

Dias depois, a 27 de outubro, o primeiro jogo fora de portas deste ciclo. A equipa deslocou-se a Trás-os-Montes e foi recebida por um autêntico dilúvio que se abatera sobre Chaves. João Capela, o árbitro da partida, deu andamento à partida uma hora depois do previsto e acabou por ser protagonista ao expulsar Conti perto dos 90’, numa altura em que as águias venciam por 1-2. Nas duas equipas, destaque para Rafa e Ghazaryan, ambos com um bis na partida. Resultado final: 2-2.

Os primeiros dias de outubro trouxeram dois triunfos importantes. Na 2.ª jornada da Champions, em Atenas, o Benfica ultrapassou o AEK à bomba. Seferovic e Grimaldo abriram as hostilidades e colocaram a turma portuguesa a vencer por 0-2, aos 15’. Os da casa responderam na mesma moeda na etapa complementar, mas Alfa Semedo, com um remate do meio da rua, deu a vitória aos encarnados fora de portas na prova milionária.

O cair do pano do segundo ciclo foi a 7 de outubro, exatamente dois meses após o pontapé de saída oficial da época benfiquista (7 de agosto com o Fenerbahçe, na Luz). O clássico foi o jogo grande da 7.ª jornada da Liga NOS e foi resolvido por Seferovic, avançado que apontou o golo 100 das águias na fase de grupos da Champions e tem mostrado estar em forma.

O terceiro ciclo de 2018/19 arranca com a 3.ª eliminatória da Taça de Portugal, cujo sorteio tem lugar na quarta-feira, dia 10 de outubro.

Desgaste das viagens driblado: números sustentam trabalho bem feito

Desde que foi dado o pontapé de saída, frente aos turcos do Fenerbahçe, os jogadores às ordens de Rui Vitória disputaram 14 jogos que se traduziram em nove triunfos, quatro empates e uma derrota. Destes, seis encontros foram para as competições da UEFA, que resultaram em duas eliminatórias ultrapassadas até à fase de grupos da Liga dos Campeões.

Neste contexto de exigência máxima em termos desportivos, o Benfica realizou viagens à Turquia e à Grécia com as dificuldades de logística e desgaste associados. O coletivo respondeu em campo com exibições seguras e resultados que permitiram deixar pelo caminho Fenerbahçe e PAOK, estes sendo derrotados em casa, por 1-4.

Com a mira afinada e com uma defesa consistente, as águias contabilizam 27 golos marcados (1,93 por jogo) e 13 sofridos (0,93 por desafio).

24 utilizados, com André Almeida e Pizzi sempre presentes

Nos inícios de época, os treinadores têm como uma das preocupações mais prementes a solidificação de um onze-base.

Rui Vitória não foi exceção, mas já deu minutos a 24 jogadores numa clara mensagem para o plantel de que todos contam e serão importantes no decorrer de uma temporada longa e exigente.

Ainda assim, há futebolistas com mais minutos do que outros. À cabeça, André Almeida e Pizzi, que são os únicos que jogaram em todos os encontros de 2018/19. Entre os mais utilizados, nota para Odysseas, Grimaldo, Rúben Dias, Fejsa e Cervi, que atuaram em 13 jogos.

Neste particular, realce para os números apresentados por Pizzi. O médio contabiliza seis golos e seis assistências, a última das quais no clássico.

Benfiquistas têm um papel fulcral neste trajeto

Sob o lema da Reconquista, os adeptos, como habitual, têm respondido presente. Já haviam mostrado estar ao lado da equipa no ciclo inicial da temporada, que terminou com a goleada (0-4) ao Nacional, e continuam a fazê-lo agora.

Nos jogos com Bayern e FC Porto estiveram nas bancadas do Estádio da Luz mais de 60 mil pessoas. Frente ao Desportivo das Aves registaram-se 53 606 Benfiquistas nas bancadas. O encontro com menos moldura humana foi diante do Rio Ave para a Taça da Liga (30 132 espectadores).

Esta militância mereceu um forte sublinhado por parte de Rui Vitória. “O nosso público que deu corpo a este triunfo à Benfica [jogo com o FC Porto]. Houve um sentimento de união e partilha enormes”, destacou o treinador dos encarnados.

Texto: Marco Rebelo

Fotos: Arquivo / SL Benfica