Jorge Jesus: "Continuar na caminhada e recuperar o primeiro lugar"

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Jorge Jesus traçou, em conferência de Imprensa realizada no Benfica Campus, o cenário do que será o primeiro duelo do ano para o Benfica, referente à 12.ª jornada da Liga NOS. Reconheceu qualidade ao Santa Clara, mas vincou que é importante continuar na caminhada rumo à liderança.

Além de fazer uma breve análise ao adversário que vai defrontar às 17h00 deste domingo, o treinador falou sobre a importância de Pizzi, mostrou-se confiante quanto às garantias que Ferro e Todibo oferecem e revelou ainda um dos seus desejos para 2021: que a Família Benfiquista possa regressar o mais rapidamente possível ao Estádio da Luz!

Que expectativa tem em relação a este jogo, sabendo que o Santa Clara surpreendeu o Benfica no Estádio da Luz na época passada? Tratando-se do primeiro jogo de 2021, qual o seu maior desejo para este ano?

Respondendo à segunda pergunta… o que todos nós desejamos para 2021 será a nossa liberdade intelectual e física, que tem que ver com a pandemia. Será o maior bem para o ano de 2021. Todos queremos que isto saia das nossas vidas. É o que eu mais desejo. Em relação ao jogo, as expectativas são sempre as mesmas: o Benfica joga sempre na perspetiva de ganhar. Este jogo com o Santa Clara vai ao encontro da nossa confiança, sabendo que o adversário que vamos ter nos Açores é difícil. Portanto, a nossa ideia é continuar na caminhada e recuperar o primeiro lugar. Não sei quando, mas o mais rapidamente possível. Sei que o Santa Clara vai ser um adversário com uma organização defensiva muito forte, que vai tentar sair em contragolpe para surpreender o Benfica. É uma equipa de bola parada forte. Este é o cenário do jogo.

Pizzi regressa à equipa, depois de ter estado infetado com COVID-19? Estamos perto do mercado de inverno... Pizzi é um jogador crucial para a equipa?

Pizzi é um jogador crucial da equipa. Pelo que tem representado neste ano e pelo que tem representado nos outros anos em que eu não estava, é um jogador influente na equipa. Hoje, no mercado, em qualquer parte do mundo não há nada que seja seguro, mas conto com o Pizzi a 100 por cento, sem dúvida alguma.

Otamendi cumpre um jogo de castigo e falha esta jornada. Quem é que vai render o defesa-central no onze do Benfica?

Temos duas hipóteses para substituir Otamendi, porque Jardel também está de fora: ou joga Todibo, ou joga Ferro. O Ferro é um jogador mais adaptado, está há mais tempo a trabalhar comigo e tem estado a treinar, ao contrário do Todibo, que, como é sabido, esteve muito tempo sem treinar devido a lesões. São dois jogadores em quem confio muito, vou optar por um dos dois.

Neste mês de janeiro o Benfica tem muitos jogos para disputar. O que vai fazer, tendo em conta que afirmou que a equipa não consegue, ainda, ser constante durante 90 minutos?

Na análise ao último compromisso do Benfica em 2020 – 11.ª jornada da Liga NOS diante do Portimonense – referiu que Luca Waldschmidt não estava a corresponder, por isso decidiu retirá-lo da partida. O quê que ele ainda pode dar?

No jogo com o Portimonense achei que o Luca [Waldschmidt] poderia dar mais rendimento e a opção pelo Pedrinho foi para dar outras movimentações. São dois jogadores completamente diferentes e foi por esse motivo que efetuei a troca. Falei com os dois, em função do que pensei relativamente ao jogo. Amanhã [domingo] é outro desafio.

Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, revelou numa entrevista que lhe telefonou depois da Supertaça e que lhe disse que esperava um Jorge Jesus mais vivo. Sente que está mais apático neste regresso a Portugal?

O Sérgio Conceição não falou comigo depois do jogo da Supertaça, tal como estão a comunicar. Falámos no dia 25 de dezembro e desejámos um bom natal um ao outro. Não falámos sobre o jogo nem sobre futebol. Se estou mais apático? Eu continuo com a mesma paixão, mas, tal como já disse, não sou o mesmo treinador. Mal de mim se fosse o mesmo treinador de há dez anos quando cheguei ao Benfica, mal de mim se não tivesse evoluído. Tenho a mesma paixão, o mesmo sentimento pelo treino e pelo jogo. O futebol mudou. Não há adeptos nos estádios. Aquela força dos adeptos e principalmente no Benfica, onde os adeptos têm uma influência muito grande dentro da equipa... Ajudam a equipa a ganhar porque são adeptos com muita paixão. "Obrigam-nos" a manter sempre a intensidade e a paixão. Quero muito que os adeptos possam regressar ao futebol, mas principalmente os do Benfica. Que possam regressar rapidamente ao Estádio da Luz porque nos fazem muita falta!

Quando chegou, deixou várias promessas, e uma delas era unir a Família Benfiquista à equipa. Sente que já o conseguiu fazer?

O que mais quero é que o futebol e os adeptos do Benfica voltem ao Estádio da Luz, porque são muito importantes para a equipa. Se me iriam aplaudir de pé? Não sei. Em 30 anos de treinador, só os adeptos de uma equipa [Flamengo] me aplaudiam de pé. Os resultados influenciam também a forma como podemos ou não ser aplaudidos. Ganhando, há uma forma de estar, não ganhando, há outra. Tudo isto está relacionado.