"A hora do goleador"

ENTREVISTA

Gonçalo Ramos, avançado do Sport Lisboa e Benfica, numa entrevista à plataforma BPlay, faz um rescaldo bastante positivo da atual temporada, seja em termos coletivos, seja individuais, e aponta a mais com a ajuda dos adeptos.

O conteúdo "A hora do goleador" mostra-nos, em modelo de entrevista, um camisola 88 ambicioso, a querer "dar continuidade ao trabalho" já feito; lembra que o segredo do sucesso tem sido manter a própria identidade; considera Roger Schmidt "um dos melhores treinadores" com quem trabalhou; sublinha que é preciso "preparar bem os jogos" com o Club Brugge para seguir para os quartos de final da Liga dos Campeões; e reconhece que ter o apoio dos Benfiquistas "faz toda a diferença".

OBJETIVOS

"É um balanço muito positivo. Tenho conseguido alcançar os meus objetivos, quer no Benfica, quer na Seleção Nacional, mas ainda sou novo e está tudo no início."

GOLOS

"Mais do que representar a boa forma em que estou nesta época, representa o sucesso da equipa e é inegável dizer que a equipa está bem, porque estamos a fazer um dos melhores arranques da história do Clube e depois, claro, isso vai-se refletir em números individuais, tanto para mim, como para os meus colegas. O mais difícil, depois de um bom arranque, é a continuidade e eu espero dar continuidade ao trabalho que tem sido feito, apesar de saber que isso é muito difícil."

[CONSELHO DO PAI] "TRABALHA NO MÁXIMO"

"Cada ano que passa faz mais sentido, porque a exigência, agora e daqui para a frente, é sempre maior. Trabalhar é cada vez mais o fundamental."

APURAMENTO

"Para já, havia muito nervosismo porque era uma pré-eliminatória, era muito importante para nós, para o Clube e para a massa adepta. Estar na Liga dos Campeões era o primeiro objetivo que tínhamos traçado e nós conseguimos quase resolver a eliminatória no primeiro jogo, demos um bom avanço. O meu hat-trick foi importante e nem nos meus melhores sonhos tinha pensado começar a época com um hat-trick em casa. Só queria ir ter com a minha família e aproveitar o momento. Na altura o Luisão deu-me a bola, os meus colegas assinaram todos a bola e está lá em casa como uma recordação desse dia."

FASE DE GRUPOS

"Estava preparado. Ninguém sentia a responsabilidade de 'eu tenho de resolver isto, eu sou o responsável por tratar disto', estávamos todos unidos para ganhar os jogos, não interessava quem ia ser o protagonista. No primeiro jogo acabei por ser eu, depois na outra eliminatória foi outro, e o que importa é que avançámos na Champions League."

"Quando o nosso jogo acabou ainda não tinha acabado o jogo do PSG com a Juventus e só mesmo passados uns minutos é que o míster nos disse… e depois foi mais uma festa. Passar em primeiro lugar, num grupo com o PSG, a Juventus, o Maccabi [Haifa] também era uma equipa muito forte apesar de não ter o nome que os outros dois têm, foi muito importante e mais um motivo para festejar. O principal segredo para estes jogos é sermos nós mesmos, mantermos a nossa identidade e não olharmos para ninguém como se fosse um 'bicho-papão', ou um adversário impossível. Foi esse o segredo para o nosso sucesso na Liga dos Campeões."

CICATRIZ NA CARA

"Tenho aqui um presentezinho que eu e o Rafa vamos lembrar-nos para sempre um do outro, mas foi por bons motivos, por isso não há stress."

BALANÇO

"No geral, é um balanço muito positivo porque conseguimos o 1.º lugar, continuamos invictos, e não estamos invictos só nas competições internas, mas também depois de ultrapassarmos estes adversários que têm muita qualidade. É uma das estatísticas principais para demonstrar o nosso rendimento e a nossa performance na Liga dos Campeões."

O MÍSTER ROGER SCHMIDT

"É muito bom, é um dos melhores treinadores com quem trabalhei. Antes de chegar cá, eu cheguei um bocadinho mais tarde na pré-época, vinha assim na expetativa, porque é um treinador novo, uma equipa técnica nova, mas não só o míster Roger Schmidt, mas todos os outros treinadores são fantásticos, ajudam muito. Tenho crescido muito como jogador, como pessoa, eles ajudam toda a gente, e isso reflete-se nos resultados e no comportamento de toda a equipa. Mais do que o bom conhecimento que o míster tem dentro de campo, de nos fazer jogar bem, é a forma como lida connosco, como, para além da relação de treinador, tenta ter uma relação de amizade com todos os jogadores e estando mais próximo dos jogadores é mais fácil que tudo corra bem."

OITAVOS

"Liga dos Campeões é sempre Liga dos Campeões, muitas pessoas olham para o Club Brugge e pensam que é um adversário fácil, mas estamos nos oitavos de final da Liga dos Campeões. Eles passaram num grupo muito difícil, com equipas com muita qualidade e nós vamos encarar como sempre, da mesma forma que encarámos os outros jogos, é para ganhar, mas temos de estar atentos e preparar bem os jogos."

ADEPTOS

"Nós começamos o jogo, seja em casa ou fora, parece que estamos sempre a jogar em casa, temos sempre muitos adeptos, e o apoio faz toda a diferença. Os adeptos sabem disso e começar o jogo com o apoio deles faz-nos sentir 'obrigados' a começar logo a ganhar nos primeiros cinco, dez minutos, e já estamos com apoio extra e a jogar com mais jogadores."

O INFERNO DA LUZ

"É a nossa casa, é um ambiente fantástico, quem entra ali já sabe que vai ter de levar com o inferno da Luz e nós no inferno da Luz estamos em casa. Não nos atrapalha, só nos ajuda! É uma pressão boa."