Explorar dificuldades e limar arestas para triunfar

Nesta quarta-feira, 6 de setembro, às 20h00, no Campo n.º 1 do Benfica Campus, a equipa feminina de futebol do Benfica enfrentará o Cliftonville, da Irlanda do Norte, na meia-final da 1.ª eliminatória de qualificação da Liga dos Campeões Feminina. Filipa Patão e Francisca Nazareth, respetivamente, treinadora e jogadora das águias, lançaram o desafio em conferência de Imprensa.

Superando este duelo, o Benfica avançará para a final da 1.ª eliminatória e defrontará o vencedor do BIIK Shymkent (Cazaquistão)-SFK Riga (Letónia) em novo jogo único, até chegar à 2.ª eliminatória, já decidida a duas mãos, naquela que representa a última etapa antes da fase de grupos da competição.

A técnica das águias explicou que o adversário "se baseia muito nas suas capacidades físicas, com mais jogo direto, de transições", e que "simplifica muito, em dois ou três passes quer procurar zonas de finalização ou cruzamento", acrescentando que "tira também vantagens das suas bolas paradas". Em suma, o Glorioso encontrará "uma equipa que será muito vertical e objetiva".

Como campeãs da Irlanda do Norte, as visitantes "têm as suas mais-valias", mas "também têm as suas dificuldades". Assim, a treinadora pretende aproveitar estas fragilidades e afinar aspetos no seu grupo: "Compete-nos olhar para aquilo que podemos explorar e melhorarmos o nosso processo e aquilo em que estivemos menos bem no jogo passado, porque, com certeza, o adversário viu para tentar perceber como nos criar dificuldades."

Ouça Filipa Patão

Filipa Patão não acredita que o facto de o oponente se estrear na Liga dos Campeões possa constituir uma desvantagem, lembrando que "o Benfica também já se estreou e não foi por isso que foi menos ou mais competente".

"É uma equipa que trabalhou muito bem para chegar a este momento. Não temos de olhar para isso como uma vantagem ou desvantagem. Sendo a primeira vez, também nos dá pouca informação deste nível competitivo. Temos de ser muito competentes para trazer uma vitória", completou a timoneira encarnada.

Filipa Patão considera ainda que "a vantagem de jogar em casa é maravilhosa": "Sabemos da importância que tem jogarmos junto dos nossos adeptos, em casa, nas nossas instalações, onde não temos de fazer viagens, até porque temos muitas internacionais que já vieram de longas viagens e recuperações, portanto foi a melhor coisa que nos podia acontecer."

"Sentimos que jogamos para os adeptos que estão próximos de nós, e aqui fica o pedido para virem apoiar-nos. Elas não vão deixar uma imagem negativa aos seus adeptos, muito pelo contrário, até porque já se percebeu que esta equipa tem uma ligação muito forte com os adeptos", destacou ainda a treinadora.

"É a Liga dos Campeões. Para estar lá, tanto nós como o adversário, tem de haver qualidade, não é uma equipa qualquer. Queremos ganhar, vamos para ganhar, esse é o objetivo, mas temos de, sobretudo, focar-nos em nós, trabalhar o nosso jogo. O pensamento principal tem de ser o Benfica, mas tendo em conta o adversário, obviamente", projetou Francisca Nazareth.

Após a "vitória importante" nas meias-finais da Supertaça ante o SC Braga, o estado de espírito do coletivo está ótimo, de acordo com a jovem internacional portuguesa.

"Claro que com alguns ajustes a serem feitos e sempre com muito trabalho pela frente, mas saímos do jogo com um sorriso na cara, era impossível o ambiente estar melhor, com um jogo importantíssimo agora pela frente. Também queremos entrar com o pé direito na Liga dos Campeões, como já o fizemos nas últimas duas épocas. Tivemos o nosso dia de festejos e, agora, é foco no próximo jogo e a máxima das atenções para o adversário que nos espera", objetivou Francisca Nazareth.

Apesar de as atletas encarnadas terem dois compromissos num curto espaço de tempo, a avançada crê que "não acaba por ser uma desvantagem", uma vez que "há condições para a recuperação ser bem feita" e porque transitam "da época passada já um pouco com este ritmo".

Ouça Francisca Nazareth

"O Benfica tem-nos dado todas as condições para que a recuperação seja bem conseguida e, ao fim e ao cabo, é isto que nós queremos: pouco tempo e muitos jogos, porque, se não tivéssemos este jogo na quarta-feira, alguma coisa tinha corrido mal. É preferível arranjar outra alternativa ou um método diferente para que a recuperação seja bem feita do que não ter sequer o jogo", sublinhou Francisca Nazareth.

A internacional portuguesa também deixou "o apelo para que os Benfiquistas se reúnam quarta-feira, às 20h00".

"Tanto nós como os Benfiquistas, percebemos que é bom haver esta simbiose. Nós precisamos deles, e eles sabem disso. Tanto sabem que cada vez são mais. Cada vez há mais pessoas, músicas a serem cantadas, apoio. Nós sentimos isso, e fazemos de tudo para lhes darmos a melhor resposta possível", rematou.