Competência e concentração para arrecadar mais um troféu

Na sequência da vitória sobre o SC Braga no desempate por grandes penalidades, o Benfica disputa nesta quarta-feira, 13 de setembro, a final da Supertaça feminina. Na conferência de Imprensa de antevisão, a treinadora Filipa Patão e a média Andreia Faria abriram o véu da estratégia a utilizar no dérbi, reforçando a ambição de trazer mais um troféu para o Museu Benfica – Cosme Damião.

Confrontada com o sobrecarregado calendário das Inspiradoras neste início de época, Filipa Patão garantiu que a equipa se vai apresentar em excelente condição física no dérbi.

"Para mim, é um bom sinal estarmos a disputar o acesso à Liga dos Campeões. É um motivo de orgulho e só nos engrandece. Há vantagens e desvantagens de ter mais jogos nas pernas, mas não será por aí que vamos ter um Benfica diferente, mais cansado ou debilitado. Partimos para este jogo confiantes e motivadas, como acontece sempre em qualquer grande competição. Queremos ganhar mais uma taça e queremos fazer o melhor possível para premiarmos os adeptos com bom futebol, como temos tentado nos últimos anos", disse a treinadora, explicando que o trabalho de pré-época já foi pensado para mitigar esse esforço.

"A melhor equipa não é a que treina mais, mas a que recupera melhor. Nós procuramos recuperar cada vez melhor e temos ensinado as atletas a fazê-lo da melhor forma, para que o impacto entre os jogos não seja tão grande. Apostamos na profissionalização das jogadoras, mas acima de tudo na criação de uma mentalidade profissional", frisou.

Ouça Filipa Patão

Elogiando a qualidade das duas equipas que se vão enfrentar no Estádio Municipal de Aveiro, a treinadora do Benfica crê que não haverá grandes surpresas de parte a parte e referiu que quem for mais competente e cometer menos erros levará o troféu.

"Não gosto de apontar favoritos em finais. Temos uma equipa ou outra que poderá estar num momento melhor, mas isso não quer dizer que seja favorita. Temos vários exemplos de finais onde há surpresas. Nesta fase da época é difícil dizer quem é favorito. Sporting e Benfica têm as suas valências e partes menos boas, vai sair vencedor quem for competente em todos os momentos do jogo e cometer menos erros", vincou.

Apelando aos adeptos para encherem o estádio, salientando que a capacidade de "movimentar massas" do Glorioso lhe dá a convicção de uma casa cheia em Aveiro, Filipa Patão também abordou a possibilidade de poder igualar o feito da equipa masculina, que conquistou a Supertaça no mesmo palco.

"Esperamos que seja um bom presságio. Quem trabalha no Benfica vive muito as suas equipas e a equipa masculina é um exemplo que queremos seguir. Mas, acima de tudo, queremos pensar em nós, no nosso futebol e nos nossos objetivos. Ficamos felizes pelos masculinos, mas não nos vamos comparar. Temos de fazer o nosso percurso e o que nos compete, que é ganhar. Podemos não conseguir, mas temos de fazer de tudo para ganhar e isso vamos fazer certamente", explicou.

Por fim, a comandante das tricampeãs nacionais reforçou a necessidade de investir no futebol feminino português à boleia do sucesso do Campeonato do Mundo: "A jogadora portuguesa saiu valorizada, mas temos de nos centrar no que podemos fazer dentro de portas para valorizar o nosso futebol. A jogadora estrangeira tem de se sentir desafiada e isso de tem de vir da competitividade da nossa liga. Não podemos continuar a ter equipas com dificuldades de investimento e poucas condições de trabalho. É para uma fórmula de competitividade que devemos apontar e caminhar."

Ouça Andreia Faria

Ao lado de Filipa Patão esteve Andreia Faria, que sublinhou a ambição da equipa em jogar bom futebol e conquistar mais um troféu.

"Encaramos todos os jogos da mesma forma. São todos para vencer e para mostrarmos o quão bom é o Benfica e o nosso futebol. Queremos demonstrar a nossa qualidade e impor o nosso jogo para trazer a taça para casa", disse a média, antes de analisar o adversário da próxima quarta-feira, 13 de setembro.

"Olhamos mais para o processo da equipa do que para as individualidades. São 11 jogadoras a jogar e não duas ou três, nem as novas, nem as que já lá estavam. Temos de perceber as dinâmicas delas. Conhecemos muito bem o Sporting, que se mantém nos parâmetros do ano passado. Espero que seja um bom espetáculo e acredito que as pessoas que não são tão assíduas nos estádios vão começar a aparecer mais, tanto pelo futebol jogado como à boleia da evolução que tem existido no pensamento da sociedade", disse.

Na vitória frente ao SFK Riga, na final do grupo 6 da 1.ª eliminatória de acesso à Liga dos Campeões Feminina, a camisola 6 cumpriu o jogo 150 de águia ao peito e mostrou-se muito feliz por alcançar tal marco: "É um orgulho e um sinal da confiança que o Benfica depositou e continua a depositar em mim. Estou muito grata ao Benfica pelas oportunidades que me deu e continua a dar. 150 jogos são muitos jogos e espero que venham mais 150. Vou continuar a trabalhar para poder representar o Benfica ao mais alto nível."