"Estamos em boa forma, confiantes e a jogar bom futebol"

ANTEVISÃO

Uma equipa em "boa forma" e com "confiança", é assim que Roger Schmidt vê o Benfica no momento de receber o Rio Ave em duelo da 17.ª jornada da Liga Betclic, que se realiza neste domingo, 14 de janeiro, às 18h00, no Estádio da Luz.

Foi essa a convicção expressa pelo técnico das águias na conferência de Imprensa deste sábado, 13 de janeiro, no Benfica Campus. Roger Schmidt colocou sempre a ênfase na vontade férrea de prosseguir o trajeto evolutivo dos processos de jogo de um coletivo que se sente forte e consistente.

A eficácia, em frente das redes contrárias, continua a ser um dos aspetos a otimizar e que o treinador dos encarnados sublinhou. A possível estreia de Marcos Leonardo e o exemplo que Di María dá em campo, e fora dele, aos seus colegas de profissão, foram outros dos temas abordados.

Quais são as expectativas para este jogo? Os adeptos poderão ver Marcos Leonardo em campo pela primeira vez?

Mais uma semana, um novo jogo e um novo desafio que nos espera. Na minha opinião, o Rio Ave é muito melhor do que aquilo que a classificação espelha neste momento. Se os analisarmos, vemos uma equipa muito bem organizada, muito boa e forte com a bola, sempre compacta, com bravura, pronta a defender e a sair em transição quando ganha a bola. Espero um jogo difícil, e estamos preparados para isso. O Marcos [Leonardo] está connosco há mais de uma semana, está bem integrado e contente por estar aqui. Mostrou a sua qualidade no treino e é possível que ganhe minutos amanhã [domingo], também para acelerar a integração e porque tem deixado uma boa impressão.

Acha que há aspetos que a equipa ainda tem de melhorar em termos defensivos? Por vezes permite que os adversários joguem com bola um pouco mais à vontade do que era suposto...

Podemos sempre melhorar, procuramos fazê-lo em cada jogo e também ver as situações em que podemos fazer melhor. Claro que também podemos conceder golos, é normal. Mas, em termos gerais, temos defendido bem e a responsabilidade é de toda a equipa. Os dois golos que sofremos contra o Braga, após lances de bola parada, ressaltos, segundas bolas ou fora da área... Claro que temos uma ideia clara sobre como queremos defender estes momentos. Falámos sobre isso e tentamos fazer melhor. Mas, às vezes, especialmente no segundo golo, é quase impossível defender. Foi um remate a 25 metros, um remate fantástico... Às vezes resta-nos aceitar que foi golo. O Braga também tem qualidade para criar alguns momentos no jogo, isso faz parte. Mas, olhando para o jogo, não criaram assim tantas oportunidades claras de golo. Para mim, foi mais importante o facto de termos sido capazes de criar grandes oportunidades neste jogo difícil, com um 2-2 a 20 minutos do final. Especialmente o golo que marcámos [3-2], que foi um golo de topo. Fico sempre feliz nestes momentos, quando somos capazes de acreditar em nós próprios, tentamos mostrar a nossa qualidade, e acreditamos nos nossos padrões de jogo para marcar golos. Respeitamos sempre o oponente, tentamos defender da melhor forma possível e procuramos sempre clean sheets [não sofrer golos], mas nem sempre é possível.

O Benfica vem de um jogo grande contra o Braga. Que trabalho se faz com os jogadores para que estes jogos [frente a adversários tidos como mais acessíveis] ganhem uma importância maior?

A sua questão sugere que temos um problema de mentalidade, de levar a sério estes jogos. Mas quando analiso os jogos contra o Casa Pia e o Farense [em que o Benfica empatou no Estádio da Luz] não vi isso. Na minha opinião, nos dois jogos, em casa, podíamos facilmente ter marcado mais golos. A equipa mostrou sempre, até ao final, mesmo com o empate, que fizemos de tudo para vencer os jogos. Não é uma questão de mentalidade. Claro que falhámos muitas oportunidades, não fomos eficientes. Já falámos disso algumas vezes. Estamos melhores, de momento. A simples oportunidade para marcar tem mais valor para os jogadores, e essa é a abordagem certa da melhorar, porque nesses desafios jogámos bem o suficiente, criámos oportunidades suficientes para vencer, mas no final não marcámos. Isso é algo que temos de melhorar, vencer estes jogos de forma mais segura, temos falado sobre isso, e estamos a tentar desenvolver este aspeto.

Este é o último jogo da 1.ª volta do Campeonato. Na época passada, por esta altura, o Benfica liderava a classificação. Como avalia a época até agora?

Estamos a meio da época, temos mais um jogo para disputar para obtermos mais três pontos. É quase a mesma quantidade de pontos da época passada. A temporada passada foi especial, com muitas vitórias, e sofremos a primeira derrota perto do final da 1.ª volta. Estamos numa boa situação, mas também temos concorrência difícil, como o Sporting, o FC Porto e o Braga, que são boas equipas. Vai ser uma luta difícil até ao último segundo da temporada. Espero isso, foi assim na época passada. Tivemos 10 pontos de vantagem a dada altura, e, no final, precisámos de ganhar o último jogo. Sabemos agora, quase a meio da época, o difícil que é ganhar todos os jogos. De momento, estamos numa boa situação, em boa forma, confiantes e a jogar bom futebol. Lidámos com algumas lesões nesta época, lesões prolongadas, jogamos há três ou quatro meses sem o Bah e sem o Neres, o Kökcü esteve lesionado dois meses... Os jogadores no global estiveram bem, e creio que temos muita confiança, mas temos de continuar. Amanhã [domingo] é o próximo desafio.

O Benfica está a sair-se bem no mercado?

Tentamos sempre o nosso melhor e tentamos melhorar o plantel em cada janela de transferências. Temos um orçamento, às vezes temos de vender jogadores, já o fizemos desde que cá estou, houve grandes vendas, mas temos de ter atenção ao equilíbrio para mantermos a qualidade da equipa. É a nossa tarefa, o Benfica está a ir bem, a conexão com a América do Sul é boa, e estamos bem neste mercado. Os responsáveis apontam jogadores que seriam interessantes para o Benfica, e o Marcos Leonardo é uma boa contratação, na minha opinião. É um avançado de 20 anos, no início da sua carreira, e é uma vantagem para os clubes portugueses que estes jogadores gostem de vir para Portugal, porque é mais fácil pela língua, pela cultura... Estamos a tentar o nosso melhor, mas, como digo sempre, estou focado nos jogadores que estão aqui e que podem ajudar a ganhar jogos. Amanhã [domingo] é mais uma oportunidade de mostrar, com este plantel, que estamos aptos a isso.

Tem sido comentado o comportamento de Di María no último jogo frente ao Braga, num momento em que contestou uma decisão de arbitragem e viu um cartão amarelo. Qual é a sua opinião?

Penso que Ángel [Di María] é um jogador muito emocional, gosta de ganhar sempre e dá tudo em campo. Mas é igualmente sempre muito respeitador. Na minha opinião, ele tem um bom equilíbrio. Viu um cartão amarelo e acho que foi merecido, porque não é permitido reclamar muito com a equipa de arbitragem. Mas as emoções fazem parte do futebol. Ele não exagerou, e penso que a decisão foi correta. Não tenho nada a dizer sobre o seu comportamento, é um jogador muito bom dentro de campo, que respeita o adversário e os árbitros. É de topo! É um exemplo para os outros jogadores.