"Queremos fazer um bom jogo no nosso estádio"

ANTEVISÃO

O Benfica recebe o Gil Vicente, em duelo da 20.ª jornada da Liga Betclic, agendado para as 18h00 de domingo, 4 de fevereiro, no Estádio da Luz, com o intuito claro de obter a 7.ª vitória consecutiva na prova. Roger Schmidt, técnico das águias, em conferência de Imprensa de antevisão no Benfica Campus, deixou claro que o grupo pretende "fazer um bom jogo para vencer".

Ciente das exigências inerentes ao compromisso com os minhotos, Roger Schmidt sublinhou a "confiança" que os seus atletas têm atualmente, um "bom momento" que o coletivo encarnado pretende prolongar na Catedral.

O treinador analisou e perspetivou ainda o que os quatro reforços do mercado de janeiro [Álvaro Carreras, Rollheiser, Prestianni e Marcos Leonardo] podem oferecer à equipa e os desafios subjacentes à integração numa nova realidade, considerando que "trazem uma nova energia" à equipa.

Que tipo de jogo espera frente ao Gil Vicente, uma formação que está a atravessar um bom momento com duas vitórias consecutivas?

O Gil Vicente está a atravessar um bom momento na época, formam uma boa equipa. Quando analisamos o Gil Vicente, vemos que é uma equipa que tem uma ideia clara sobre todos os momentos do jogo, com e sem bola, é muito corajosa, acredita muito em si própria. Joga um futebol no último terço do campo e [os jogadores] são muito fortes taticamente. Nos últimos dois jogos estiveram muito bem, conseguiram uma vitória fora de casa com o Portimonense e tiveram uma vitória muito positiva contra o Vitória SC. É sempre difícil jogar contra o Gil Vicente, mas o Benfica também atravessa um bom momento na época e é preciso mantermos a nossa confiança para fazermos um bom jogo no nosso estádio. Sabemos que precisamos de fazer um bom jogo para vencermos.

Em quem medida, na escolha da equipa titular frente ao Gil Vicente, irá pensar no encontro de quinta-feira, 8 de fevereiro, diante do Vizela, para a Taça de Portugal? Teremos mudanças no meio-campo, pois Florentino e Kökcü estão a um cartão amarelo de serem suspensos por um jogo?

É preciso pensar em vários aspetos, como sempre. Mas estamos a atravessar uma fase de grande frescura, jogámos na segunda-feira e o próximo jogo é neste domingo, não é qualquer problema. Sabemos também que três dias de diferença para o jogo de quinta-feira não são um problema para nós, mas de quinta-feira para domingo é muito mais exigente, especialmente quando temos dois jogos fora de casa [em Vizela e em Guimarães], a grande distância de Lisboa, no Norte. Não é fácil para os jogadores. As deslocações levam realmente muito tempo, para viajar até ao estádio e regressar a Lisboa. Estou completamente disponível para, em cada jogo, fazer as escolhas certas. De forma geral, todos os jogadores estão prontos para jogar nas próximas semanas. Temos várias opções, no entanto, em cada jogo temos de encontrar a melhor abordagem para o vencer. Precisamos de muitos pontos, de vencer jogos, alguns são a eliminar, mas, agora, o nosso foco está totalmente no Gil Vicente.

Há cinco jornadas que o Benfica vai em perseguição do Sporting e tem jogado antes ou depois do adversário direto. Em termos de pressão, o que prefere: jogar antes ou depois?

Não me preocupo com isso. Temos de manter a nossa concentração total em todos os jogos. Espero uma luta pelo Campeonato até à última jornada. Todas as equipas são extremamente fortes, o Sporting continua muito bem, o FC Porto e o Braga também. Claro que também os outros jogos da Liga vão ser extremamente exigentes. Estou concentrado e focado, não tem nenhum efeito em mim se as outras equipas jogam antes e ganham ou se jogam depois. É verdade que precisamos de muitos pontos para vencer o Campeonato. O calendário é o que é, temos de aceitar, não faz sentido pensar nisso, pois não o posso alterar.

O que é que os mais recentes reforços podem trazer à equipa nesta segunda metade da época?

Temos de distinguir todos os jogadores. São diferentes e, sobretudo, encontravam-se numa forma física completamente diferente. Marcos Leonardo já conseguiu demonstrar a sua qualidade, quando foi suplente e entrou, marcou em três jogos, excetuando o jogo da Taça da Liga, mostrou que é um futebolista muito bom e que consegue fazer boas ligações com os colegas. O desafio para ele é ficar a 100% em termos físicos. Com o Arthur Cabral, o Marcos Leonardo e o Casper Tengstedt, que já está a treinar com a equipa, temos cada vez mais opções no ataque para utilizarmos o jogador certo no momento adequado. O Marcos [Leonardo] tem estado muito bem, o Álvaro [Carreras] também tem estado muito bem em treino. Já teve alguns minutos, mas penso que no futuro também poderá jogar de início. É um jogador capaz de adquirir rapidamente o comportamento tático da equipa como lateral-esquerdo. Adaptou-se depressa e estou ansioso também para o ver em jogo. Benjamín Rollheiser esteve parado, após a competição na Argentina, mas também já jogou, contra o Estrela da Amadora, e conseguiu uma boa e rápida ligação com os colegas. Gianluca Prestianni, lamentavelmente, sofreu uma lesão num tornozelo, e muito provavelmente vai ficar fora durante três semanas, mas é outro jogador que mostrou em treino que vai ser extremamente importante para o futuro do Benfica. Estamos muito satisfeitos com os quatro reforços, e estamos também muito contentes com os regressos de Alexander Bah, David Neres e Casper Tengstedt, os quais já superaram lesões longas. Esperamos também que Juan Bernat possa regressar num futuro próximo. O nosso desafio agora é conseguir jogar com todos estes jogadores no momento mais adequado em campo. Temos um calendário muito apertado nas próximas semanas, temos muitos jogos para diferentes competições, e o desafio é utilizar os jogadores no melhor momento, mas sempre a vencer jogos.

Com as contratações realizadas na janela de transferências de inverno, o plantel do Benfica está melhor? É também o melhor e mais equilibrado em Portugal?

É uma boa pergunta, mas não consigo responder-lhe... É algo que tem de se demonstrar em campo, nomeadamente nos próximos meses. As coisas estão a correr bem, estivemos muito bem na primeira metade da época. Claro que tivemos de fazer algumas alterações, mais do que esperávamos, porque certos jogadores quiseram deixar o Benfica. Nós concordámos e conseguimos fazer boas transferências, mas também encontrámos oportunidades no mercado para conseguirmos jogadores no inverno e para estarmos mais bem preparados para o verão em termos de integração. Temos uma energia fresca no nosso plantel, muitos jogadores com um potencial para o futuro, uma equipa jovem, jogadores jovens muito bons... O equilíbrio no plantel é muito bom, e a perspetiva relativamente ao potencial e à qualidade dos jogadores também é muito boa. Acho que, neste momento, o Clube tem um potencial tremendo, porque tem jogadores que vão crescer, desenvolver-se e aumentar o seu valor, mas este é um objetivo a longo prazo. No curto prazo o desafio que temos é que os jogadores atinjam a sua melhor física, que estejam confiantes e possam ter um desempenho ao melhor nível. Claro que isto não é fácil, não há uma pré-época de seis semanas, alguns destes jogadores chegaram depois de uma pausa [competitiva], mas nós queremos vencer títulos nesta época e este é o nosso desafio, para os jogadores e treinador. Estamos absolutamente satisfeitos com o plantel, mas também estamos a viver uma situação exigente para integrar todos os jogadores novos e os que estão a regressar de lesões. O positivo é que, mesmo sem estes jogadores e outros que, infelizmente, estavam lesionados, nós já jogávamos bem e isso traz confiança. Temos muitos jogos a disputar num curto espaço de tempo, e agora é reunir isto tudo.

Martim Neto, emprestado pelo Benfica ao Gil Vicente, não é elegível para este jogo. É uma boa notícia para si? Jogadores como ele e Paulo Bernardo ainda podem crer num regresso ao Clube?

Estou contente com o Martim [Neto], está a fazer muito bem no Gil Vicente. A respeito da elegibilidade dos emprestados, em Portugal a regra é assim. Relativamente aos jogadores que saem do Clube por empréstimo, a ideia é dar-lhes uma oportunidade para se desenvolverem noutra equipa, para ganharem confiança... Se fizerem bem, são sempre opções para o Benfica. O intuito é termos uma boa visão geral de todos os jogadores que estão emprestados, e no final da época temos de tomar decisões, mas sempre com os atletas, porque temos de respeitar igualmente o desejo do próprio jogador. Mas ele está bem, recuperou bem de uma lesão difícil há um ano. Estou muito feliz por ele.