"Aproveitar a oportunidade para fazer toda a gente à volta do Benfica feliz"

ANTEVISÃO

O Benfica regressa à competição, após pausa para os compromissos das seleções nacionais, com a receção ao Chaves, às 18h00 desta sexta-feira, 29 de março, no Estádio da Luz, em jogo da 27.ª jornada da Liga Betclic.

Na conferência de Imprensa de antevisão, que teve lugar no Benfica Campus, Roger Schmidt destacou que a equipa está em "boa forma" para enfrentar o Chaves, adversário que, em risco de descida de divisão, não tem nada a perder.

À entrada para a fase decisiva da época, o treinador lembrou e enalteceu que os encarnados ainda lutam por três troféus (Liga Betclic, Taça de Portugal e Liga Europa) e foi imperativo. "Depende de nós usarmos esta oportunidade e este momento para acelerarmos o nosso nível de topo em tudo", realçou Roger Schmidt, distinguido com o Galardão Treinador na cerimónia que assinalou os 120 anos do Clube.

Como foi preparar este jogo com o Chaves sem os jogadores que estiveram ao serviço das seleções?

Foi uma típica pausa para as seleções, alguns jogadores estiveram com as suas equipas, e acho que foi uma boa oportunidade para nós, para descansarmos um pouco e, depois, voltarmos a treinar. Fizemo-lo muito bem e estamos contentes por jogar de novo. Jogar em casa depois de uma pausa para as seleções é sempre bom para começar. Os jogadores das equipas nacionais, todos eles, regressaram em boa forma, um pouco cansados, mas sem lesões. Estou contente com isso, é sempre o que mais temo, que tenham lesões. Estamos em boa forma, o primeiro jogo é sempre exigente, mas estamos preparados para o disputar. A fase decisiva da época está a começar, e tudo o que fizemos nos últimos oito ou nove meses desta época foi para estarmos preparados para estas semanas. Temos seis ou sete semanas para jogar, ainda estamos em três competições e é, efetivamente, uma época especial. Quando no final de março ainda podes ganhar três troféus, é uma época muito boa. Depende de nós usarmos esta oportunidade e este momento para acelerarmos o nosso nível de topo em tudo. Assim, tudo é possível. Estamos com essa expectativa. Para amanhã [sexta-feira, 29 de março], com o Chaves, sabemos que é sempre difícil jogar contra esta equipa. Está em perigo de descer de divisão, não tem nada a perder no nosso estádio. É uma boa equipa, tem um bom treinador e nós temos de resolver esta tarefa.

Com que sensações saiu da cerimónia dos 120 anos do Clube?

Na terça-feira [26 de março], a Gala foi espetacular. Dá-nos sempre a sensação de quão grande o Clube é, do amor e da paixão que há. Aprecio sempre ver isso e como o Benfica trata a sua história, antigos jogadores e tudo mais. É sempre especial e estou muito contente por fazer parte disso. Queremos aproveitar a oportunidade para fazer toda a gente à volta do Benfica e no Benfica feliz.

Considera a possibilidade de Otamendi e Di María serem poupados neste jogo com o Chaves, antes das duas partidas com o Sporting? Bah está apto?

Claro que poderiam descansar. A pergunta é: "Seria bom para eles descansar?" Ambos os jogadores gostam de jogar consistentemente e com ritmo. Às vezes precisam de descanso, como já dei algumas vezes ao Ángel [Di María], quando fez muitos jogos seguidos e tínhamos grandes jogos pela frente. Por vezes, é inteligente mantê-los fora, mas são ambos jogadores-chave para nós e estão a atuar num nível de topo a época toda. Tenho sempre de fazer uma decisão sobre o que é melhor para nós e para os jogadores. Se estão aptos para jogar a este ritmo? Mostraram-no nos últimos 15 anos. Estão aptos depois dos jogos da seleção para regressar ao Clube e jogar novamente? Também o mostraram nos últimos 15 anos. Não tenho dúvidas de que estão prontos para amanhã [sexta-feira], para jogar. O Alex Bah está bem, ainda temos pequenos problemas de gestão de carga, teve um problema e queremos ter cuidado para que não volte a tê-lo. De momento está bem, foi bom não jogar na seleção, esteva de volta aos treinos e tentámos dar-lhe, no momento certo, descanso. Está pronto para jogar.

Di María viveu há dias um momento conturbado, com ameaças de morte feitas a ele e à sua família. O jogador está a 100 por cento do ponto de vista físico e mental para este jogo e para o resto da temporada?

O que aconteceu com ele e com a sua família mostra o quão louco o mundo é. É um desastre e uma catástrofe que algo assim aconteça. É claro que receber este tipo de mensagens afeta o jogador e o ser humano. Tentamos suportá-lo o melhor que podemos. Ele é suficientemente profissional e experiente para lidar com este tipo de situações, mas é completamente difícil e também raro ter este tipo de situação, especialmente à volta da família. É a pior coisa que pode acontecer, mas falámos sobre isso. Ele tenta viver uma vida normal. É claro que, quando algo assim acontece, há alguns pensamentos na sua cabeça, por isso tentaremos apoiá-lo o melhor que pudermos.

No último jogo do Campeonato, disse que um jogador que faça o que o Kökcü fez não pode estar com a equipa. Agora, já falou com ele? Podemos esperar que esteja na equipa neste jogo com o Chaves?

Tal como disse na altura do desafio com o Casa Pia [26.ª jornada], a minha preocupação foi focarmo-nos no jogo. Com esta entrevista, foi melhor deixá-lo fora. Ele voltou hoje [quinta-feira], falámos sobre isso e, na verdade, foi exatamente o que eu esperava. Não era intenção dele criar este barulho e negatividade à volta da nossa equipa. Já disse antes e depois do jogo com o Casa Pia que estou completamente convencido com ele enquanto jogador, em termos de qualidade, e também com o seu caráter. Cometeu um erro, esta entrevista não foi boa para ninguém. Para nós, para ele e para o Benfica, não foi bom, isso é muito claro. Agora, temos de lidar com isso. Mesmo quando os jogadores cometem erros, continuam a ser os meus jogadores, e, por vezes, tenho de apoiá-los em momentos difíceis. É isso que temos de fazer, falámos sobre isso e, agora, é altura de falar em campo. É altura de todos nós, não só ele, mostrarmos muito boa mentalidade e performance em campo. Tudo o que não é bom para nós, que nos pode tirar um pouco o foco, tem de estar de fora. Resolvemos esta situação internamente e é altura de olhar para a frente. Vai estar de regresso à equipa amanhã [sexta-feira].

Kökcü esteve na seleção turca. Sente que o seu papel na seleção é diferente do que tem no Benfica?

Penso que já disse tudo sobre o Orkun [Kökcü]. Seleções nacionais e clubes são sempre diferentes. São jogadores diferentes, diferentes abordagens táticas. Não estou a pensar muito na seleção. Os treinadores das seleções têm as suas ideias, os seus objetivos e têm de usar os jogadores como consideram melhor. Eu estou focado no que acontece aqui, na nossa equipa, não só com o Orkun [Kökcü], mas sim no geral. Os jogadores que vão às seleções gostam de ir porque é uma grande honra para todos. As equipas nacionais estão a preparar-se para as competições de verão... São duas coisas diferentes, e eu estou completamente focado no Clube.

Relativamente a Juan Bernat, que foi visto no treino, vai estar recuperado até final da temporada para dar o seu contributo?

Todos nós, e ele próprio, esperávamos uma temporada diferente. É um jogador muito experiente. Infelizmente, veio com uma pequena lesão, mas recuperou e jogou alguns minutos por nós, em cinco ou seis jogos. Não jogos completos, mas alguns minutos. Desde o final de outubro até à data está lesionado, há já cinco meses. Acho que não é o momento de pensar muito na próxima época, temos de pensar nesta. Ele está a trabalhar arduamente para regressar ao campo. Regressou ao treino com a equipa nesta semana, a primeira vez em cinco meses, está de volta e esperamos que estabilize com a carga, a carga do futebol, e, claro, que tenha um impacto nas últimas seis ou sete semanas. De momento, esta é a situação dele. Está num bom caminho e esperamos que tenha um bom impacto no final da temporada.