Noite de gala: um grande jogo!

RESUMO DO JOGO

Que exibição! Que qualidade! Fantástica a afirmação europeia do Benfica nesta noite de quarta-feira, 2 de outubro, frente ao Atlético de Madrid, no duelo referente à 2.ª jornada da fase de liga da Liga dos Campeões. Os 4-0 arrebataram os Benfiquistas, num Estádio da Luz que vibrou do primeiro ao último minuto em mais uma grande noite – "das antigas" – na história centenária do Glorioso.

Bruno Lage pediu a "melhor versão de cada jogador" para uma "noite das antigas", na véspera do encontro, e a equipa correspondeu na plenitude com uma exibição completa e sólida desde o primeiro minuto.

O treinador fez apenas uma alteração no onze, face ao duelo com o Gil Vicente (5-1) – na 7.ª jornada da Liga Betclic –, promovendo a entrada de Bah para o lado da direita da defesa e a colocação de Tomás Araújo no centro do sector, com Otamendi.

Assim, alinhando com Trubin, Bah, Tomás Araújo, Otamendi, Álvaro Carreras, Florentino, Aursnes, Kökcü, Di María, Aktürkoğlu e Pavlidis, o Benfica surgiu pressionante sobre o portador da bola, exibindo uma ação compacta sempre que os espanhóis partiam para o ataque.

Entre os 5' e os 6', Pavlidis causou perigo na área da formação espanhola, primeiro a rematar contra Witsel, em boa posição, com a bola a sair pela linha de fundo, e, na sequência, após o pontapé de canto, através de um cabeceamento ao segundo poste para uma excelente defesa de Oblak.

O aviso ficou dado e a reação dos encarnados à perda da bola revelava-se surpreendente para os forasteiros, que sofreram o primeiro golo no encontro, aos 13', precisamente após uma ação de pressão no corredor direito. Bah recuperou a bola, colocou-a em Pavlidis, e este endossou para Aursnes. O internacional norueguês derivou para o meio e assistiu Aktürkoğlu. O extremo turco, sem oposição, bateu Oblak com categoria, colocando a bola por entre as pernas do guardião esloveno (1-0).

O Benfica, gerindo os tempos de jogo com sapiência, mostrava acerto no controlo das ações contrárias e colocava sempre os olhos nas redes do emblema espanhol. Di María, aos 31', após uma sucessão de cruzamentos, disparou de fora da área, ao lado.

O lance de maior perigo do Atlético de Madrid no jogo surgiu aos 37', quando um cruzamento largo de Lino, a partir da esquerda, levou a bola à barra da baliza de Trubin.

Porém, no último lance da primeira parte, o Benfica esteve muito perto de ampliar a vantagem, respondendo com uma bola no ferro. Num lançamento de linha lateral executado por Bah, Di María recebeu a bola no lado direito do ataque, derivou para o centro e finalizou. A bola embateu em Giménez e sobrou para Pavlidis, que, descaído sobre a esquerda, na área, atirou cruzado, ao poste, quando Oblak já estava completamente batido. Seria um justo prémio para a exibição coletiva protagonizada pelas águias até ao momento.

Diego Simeone, técnico do Atlético de Madrid, insatisfeito com a incapacidade coletiva do seu conjunto, promoveu as saídas de Koke, De Paul e Griezmann, colocando Javi Serrano, Gallagher e Sorloth em campo – Llorente já tinha saído por lesão, dando o lugar a Molina, no decurso da primeira parte. No entanto, as águias mantiveram-se fiéis ao futebol apresentado até então e dominaram de forma mais acentuada os acontecimentos.

Kökcü, aos 49', testou a atenção de Oblak, algo que não faltou ao VAR, Pol van Boekel, na análise ao pisão de Gallagher sobre Pavlidis, aos 50', levando a que o juiz do encontro, Serdar Gözübüyük, assinalasse grande penalidade após consulta das imagens. Di María, aos 52', não perdoou e colocou a bola no lado esquerdo enquanto Oblak se estirou para a direita (2-0).

Os colchoneros acusaram o golo, e Di María, aos 55', surgiu na cara de Oblak, na área, mas o antigo guardião das águias exibiu-se em grande nível, travando os intentos do astro argentino. Pavlidis, um minuto antes, tinha ameaçado com um cabeceamento para defesa fácil do guardião.

A Catedral, com 62 028 espectadores – a melhor casa da época –, fervilhava no apoio incessante às águias. Aos 59' e aos 60' foram jogadas novas cartadas. Diego Simeone lançou o último trunfo – Simeone no posto de Alvarez – e Bruno Lage colocou Amdouni no lugar de Pavlidis.

Aliás, o técnico encarnado jogou então com as substituições para conseguir manter o padrão de elevado rendimento no jogo e conseguiu. Aktürkoğlu e Di María foram rendidos por Beste e Rollheiser, aos 71', e foi da canhota do alemão, aos 75', que saiu a cobrança teleguiada do canto no lado direito do ataque para o desvio fulgurante de cabeça de Bah, na pequena área, superando a marcação de Gallagher (3-0). Mais um golo de laboratório!

O Benfica começou então a circular a bola, deixando os oponentes sem reação pronta à mesma, e, numa ação de ataque conduzida por Beste pela esquerda, que serviu Amdouni, beneficiou de uma grande penalidade, após falta de Reinildo sobre o internacional suíço, quando este já estava na cara de Oblak. Kökcü assumiu a cobrança da falta e fê-lo com a mesma qualidade patenteada anteriormente por Di María, precisamente para o mesmo lado (4-0, aos 84').

Já no período de descontos, as águias viram Oblak negar o 5.º golo a remate de Beste, isto aos 90'+1'. Amdouni, três minutos depois, à entrada da área, disparou com violência ao lado do poste direito da baliza madrilena.

O Benfica somou assim mais três pontos, subindo à 3.ª posição da fase de liga da Liga dos Campeões, com seis pontos e um saldo de seis golos marcados e um sofrido, naquela que foi a 5.ª vitória consecutiva desde que Bruno Lage regressou ao comando técnico das águias.

No próximo domingo, 6 de outubro, o Benfica defronta o Nacional, no Estádio da Madeira, às 18h00, em encontro referente à 8.ª jornada da Liga Betclic.