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Atletismo
Aos 24 anos, Miguel Moreira, jovem corredor de meio-fundo do Benfica, venceu o nacional de corta-mato e descreveu como conseguiu ultrapassar a concorrência.
08 dezembro 2024, 10h00
Miguel Moreira
Que o diga Miguel Moreira, vencedor do nacional de corta-mato, depois de uma corrida em que chegou a ver um atleta africano (o ugandês Hosea Kiplangata) a uma distância que recomendaria a desistência mental, mas que não se entregou a esse fatalismo e foi atrás do seu momento de glória. Ele chegou, nos metros finais da prova, superando os seus adversários e as suas expectativas.
Miguel Moreira foi o meu convidado, nesta semana, no programa Protagonista.
CAMPEÃO NACIONAL
"Foi a primeira grande vitória da minha carreira, no corta-mato. Já tinha sido campeão, nos sub-23, pelo SC Braga, mas ser campeão nacional absoluto tem outro impacto e sabor. Não posso dizer que estava à espera, porque já sabia que o atleta africano ia impor um ritmo alto, e, portanto, a minha referência eram os outros atletas portugueses, com os quais competimos para a vitória coletiva. O Benfica perseguia esse objetivo de conquistar o tetracampeonato, e confesso que, antes de pensar num título individual, tínhamos em mente conquistar o título coletivo para o nosso clube. Foi por isso que imprimimos, como equipa, um ritmo forte, no início, para esticar o pelotão e começar a definir posições. Tínhamos uma estratégia coletiva para o Benfica ganhar o título, e esse era, no dia da prova, o nosso maior foco. As coisas funcionaram bem, e conseguimos acrescentar esse troféu ao Museu Cosme Damião e, durante a prova, conseguimos juntar o título de campeão nacional individual. Foi uma grande vitória do Benfica."
PONTA FINAL
"Houve uma altura em que duvidei de que conseguisse ganhar o campeonato, porque o atleta africano, depois daquela fase inicial, conseguiu adiantar-se e chegou a parecer que ia fazer uma corrida solitária até à vitória. Mas eu senti-me sempre bem e fui recuperando, e, de repente, ele entrou no meu campo de visão, e fui recuperando até me colar a ele. Depois, foi pura estratégia, deixei-o arcar com a responsabilidade de puxar a carroça e fui apenas aguentando o ritmo. Ir atrás dá sempre um alento maior e constitui uma vantagem sobre quem vai à frente. Até no controlo do vento, porque eu pude colar ao atleta que seguia na minha frente, com ele a funcionar quase como pára-vento. Eu estava a sentir-me bem e a sentir que, se conseguisse levar a decisão da corrida até aos metros finais, tinha as minhas hipóteses, porque tenho uma boa ponta final. No dia anterior, quando fiz o reconhecimento da pista, apercebi-me ali de umas dificuldades, na parte final, e senti que teria de ser ali que iria atacar. Acabei por fazê-lo, e ganhei a distância que me deu a vitória sobre o meu perseguidor."
"Tínhamos uma estratégia coletiva para o Benfica ganhar o título, e esse era, no dia da prova, o nosso maior foco. As coisas funcionaram bem"
Miguel Moreira
SEM CONCORRÊNCIA
"Para mim, foi surpreendente a vantagem que consegui ter sobre os atletas portugueses. Ganhei com alguma vantagem sobre o atleta africano, mas a distância para os outros atletas portugueses foi algo que me surpreendeu. Fiz uma prova quase perfeita, senti-me sempre bem e consegui estar com um ritmo forte. Mas não estava à espera de me distanciar tanto dos outros atletas, principalmente quando foi preciso ir atrás do atleta do Uganda, porque, de repente, vi-me sozinho nessa perseguição. E fui atrás dele, e foi isso que me deu a distância para os que deixei para trás."
CORRER POR GOSTO…
"Pode mesmo dizer-se que, neste caso, correr por gosto não cansa. É uma forma de expressão, mas é verdade. Eu gosto muito de correr. Claro que não corro apenas por gosto, corro para competir, para ganhar, e isso obriga a muito treino, a muitos sacrifícios. E, depois, não é apenas correr. É sobretudo correr pelo Benfica. Sou benfiquista desde pequeno, e assim junto as duas coisas. Correr pelo Benfica dá-me uma motivação maior e, claro, um reconhecimento incrível. Sou corredor do Benfica, e isso nota-se logo pela forma como somos tratados, nas provas e até nos treinos. Somos abordados pelas pessoas, e muitas vezes nem sabem quem somos, mas o símbolo na camisola, no equipamento, faz de nós pessoas reconhecidas. É realmente incrível a forma como os atletas do Benfica têm esse reconhecimento, e isso é importante para nós, porque nos dá a consciência de que isto nunca é só por nós. É pelo Benfica."
"Sou benfiquista desde pequeno, e assim junto as duas coisas. Correr pelo Benfica dá-me uma motivação maior e, claro, um reconhecimento incrível"
O SONHO EUROPEU
"Gostava muito de ser campeão europeu de corta-mato pelo Benfica. Vamos participar, mais uma vez, na Taça dos Campeões Europeus de Clubes e temos esse objetivo de conquistar esse título para o Clube. Vai ser muito difícil, porque há uma equipa espanhola que está sempre nas decisões e se reforça sempre com muita qualidade para participar na Taça dos Campeões, mas acho que isso também vai acontecer com o Benfica, a reforçar-se com um atleta estrangeiro para nos tornar ainda mais fortes. Se já foi uma sensação indescritível ganhar o Nacional de corta-mato pelo Benfica, imagino o que seria trazermos a Taça dos Campeões Europeus. Ainda temos tempo para preparar esse desafio, mas acredito que possamos ser campeões europeus. O Benfica merece isso, por tudo o que nos dá, as condições que nos oferece, e não estou a falar apenas de condições de treino. Tudo o resto que é necessário para um atleta de alta competição estar ao seu melhor nível. E o Benfica não falta com nada. Enquanto equipa, temos esse sonho de ganhar a Taça dos Campeões Europeus de Corta-Mato pelo Benfica."
EUROPEU DE SELEÇÕES
"É a próxima competição que vamos ter, e será já neste fim de semana [domingo, 8 de dezembro]. Vai ser na Turquia, e, pessoalmente, sinto-me bem. É bom que esta competição surja em cima do Nacional, porque ainda estarei no meu pico de forma. Normalmente, duram um mês os efeitos desse pico, e neste Europeu sinto que estarei a esse melhor nível. Já participei num Campeonato da Europa e fiquei acima do 30.º lugar, mas, desta vez, ambiciono um lugar mais acima. Talvez entre o 10.º e o 20.º lugar possa ser realista. Dependerá sempre de vários fatores, alguns dos quais não conseguimos controlar, mas, olhando para o que fiz no Nacional, para o meu momento de forma, sinto que posso alcançar esse lugar. Mas vão estar a competir os melhores corredores europeus e que são dos melhores do mundo. Já não existe aquela ideia de que os atletas africanos são os melhores e imbatíveis, porque o treino está muito sofisticado, e os melhores atletas europeus estão a conseguir excelentes resultados."
"O Benfica não falta com nada. Enquanto equipa, temos esse sonho de ganhar a Taça dos Campeões Europeus de Corta-Mato pelo Benfica"
UMA PISTA PARA O FUTURO
"Aos 24 anos, ainda me consigo dividir entre a pista e os 5 mil metros e o corta-mato. Mas, com o tempo, vou acabar por me dedicar exclusivamente à pista. Também fui campeão nacional de 5 mil metros ao ar livre e dei o meu contributo para mais um título nacional do Benfica. A pista será o meu futuro, mas, por agora, quero fazer as duas, até porque se fala que o corta-mato pode vir a ser modalidade olímpica, nos Jogos de inverno, e tenho esse objetivo de participar nuns Jogos Olímpicos de inverno e, alguns meses depois, nos de verão. Adorava que isso acontecesse, e creio que tenho condições para tal. Com 24 anos, ainda tenho muito para dar ao atletismo e sei que a idade em que atingimos a nossa maior maturidade competitiva ainda está para chegar. Vou continuar a trabalhar duramente, aproveitar o apoio que tenho e que sinto do Benfica, do meu treinador e dos meus colegas, para atingir esses objetivos."
PÓS-ANA OLIVEIRA
"Claro que existe um antes de Ana Oliveira e um pós-Ana Oliveira no atletismo do Benfica e no atletismo nacional. Basta ver o que o Benfica tem crescido, com os títulos, com o número de atletas do Clube a bater recordes e a participar nos Jogos Olímpicos. Qualquer atleta do Benfica sabe o quão importante se tornou na sua carreira. Eu não sou diferente. A forma como deteta o talento e depois o desenvolve. O Benfica tem um conjunto de atletas mais novos que assegura um futuro de triunfos e recordes. E o trabalho de Ana Oliveira, no atletismo e no projeto olímpico do Benfica, tem sido fundamental para cada um de nós e para o Clube, devido às vitórias que a secção vai conquistando todos os anos."
Artigo publicado na edição de 6 de dezembro do jornal O Benfica
Texto: José Marinho
Fotos: SL Benfica
Última atualização: 8 de dezembro de 2024