"Tudo faremos para oferecer o troféu aos adeptos"

ANTEVISÃO

A determinação em oferecer a Taça de Portugal aos adeptos é grande, como revelou Bruno Lage na antevisão do Benfica-Sporting, jogo da final da prova-rainha, agendado para as 17h15 de domingo, 25 de maio, no Estádio Nacional.

Perspetivando um encontro "equilibrado", o treinador do Benfica garante que a preparação para o embate foi feita da "melhor forma" para vencer uma prova "importante". "Estamos completamente tranquilos, confiantes de que vamos fazer um grande jogo, queremos vencer o jogo para oferecer este título, primeiro aos adeptos, que nos têm apoiado desde o primeiro minuto, e depois a todos nós pelo trabalho que temos vindo a fazer ao longo do tempo, em particular dos jogadores", frisou.

Pergunto-lhe como correu esta semana de preparação e que antevisão é que consegue fazer a este jogo da final da Taça de Portugal.

A semana de trabalho correu muito bem e a antevisão que eu faço é: acredito que vai ser um jogo à imagem dos três que realizámos nesta época. Um jogo equilibrado e que preparámos da melhor maneira para vencer o adversário. Sabemos que se trata de uma final. Sabemos que não é este título que salva a época, mas é um título muito importante para nós, porque é um título que não é fácil de ganhar. Por isso, damos muita importância a este título, sabendo da consciência daquilo que é a época desportiva.

Gostava de saber qual foi a diferença, no seu entender, entre Benfica e Sporting para o desfecho do Campeonato? E, nos últimos 3 jogos, o Benfica não conseguiu vencer o Sporting nos 90 minutos. Por que é que os adeptos devem acreditar que poderá mudar amanhã [domingo]?

A diferença, e falei isso na semana passada, é que o Sporting está a viver um bom momento da sua vida e esse bom momento vem de 4/5 anos de trabalho, e a base está lá. Aquilo que eu acredito é que esses 4 anos de trabalho ainda lhes deram essa vantagem no Campeonato. E digo ainda porque acredito muito no trabalho que realizámos nestes 9 meses e naquilo que podemos ainda vir a realizar no futuro. Aquilo que me deixa confiante no resultado é aquilo que o nosso capitão esteve a dizer. A forma como nós preparámos os jogos, a forma como a equipa se mentaliza para este tipo de jogos e, depois, é mais um título que queremos oferecer, em primeira instância, aos nossos adeptos, a toda a estrutura do futebol e também à nossa equipa, porque os nossos jogadores merecem isso. Trabalharam muito durante a época, foram 9 meses fantásticos e não me canso de dizer o orgulho que tenho de trabalhar com estes jogadores. Sinto, realmente, que com o trabalho, o esforço e a dedicação com que eles estiveram nos 9 meses sob o nosso comando, seria muito bom terminarmos com a conquista da Taça de Portugal.

Começava por lhe perguntar, que é uma questão que muita gente levanta: Samuel Soares estará na baliza amanhã? Foi ele que fez toda a competição... E também a questão dos lesionados, sobretudo em relação a Aursnes, que foi uma peça muito importante nesta época. Se poderá ir a jogo amanhã diante do Sporting.

Não vou mudar a minha opinião sobre aquilo que é a competição do Samu [Samuel Soares], por isso amanhã vai ser titular. Sobre os lesionados e em particular o Fredrik [Aursnes], ainda temos o dia de amanhã para avaliar.

Disse há pouco que a [conquista da] Taça de Portugal não salva a temporada do Benfica. Mas numa época onde o Benfica consegue fazer a recuperação pontual que fez no Campeonato – onde deixa de estar em igualdade pontual com o líder na última jornada –, em que ganha a Taça da Liga e em que vai à final da Taça de Portugal, uma vitória no Jamor faz com que época do Benfica tenha de ser vista, ainda assim, como uma época mal conseguida ou uma má época?

Eu sei muito da exigência deste Clube. Vou tentar responder à sua questão com outra questão. Nos últimos 15 anos, quem foi o treinador com mais sucesso em Portugal? Jorge Jesus, com 6 anos de Benfica e 3 títulos. Se olharmos para um passado ainda mais recente, dos últimos 6 anos, quem é que nós temos também com grande sucesso. Eventualmente, 2 nomes: quer o Rúben [Amorim], quer o Sérgio [Conceição]. E isso vai ao encontro do quê? De tempo e de estabilidade. O que é que eles tiveram todos em comum? O tempo de trabalho. Mas agora eu lanço o desafio à sala. Acha que algum deles sobrevivia ao seu pior registo [nos respetivos clubes] no Benfica? A resposta está na história do nosso Clube nos últimos 50 anos. Por isso, independentemente daquilo que eu possa achar, daquilo que você possa achar e do trabalho que realizámos no nosso período de 9 meses, é nós entendermos perfeitamente isto: a importância do que é o Campeonato para o Benfica, a exigência do nosso Clube e nós sentirmos que amanhã temos um troféu, que é muito bonito e que o Benfica não vence há muito tempo. Estamos todos determinados em vencer esse troféu para oferecer essa conquista aos nossos adeptos.

Acabou de falar da importância que o Campeonato teve e tem para o Benfica. Rui Costa [Presidente do Benfica] disse que foi um falhanço a não conquista do Campeonato. Pergunto-lhe, na sua opinião, o que é que falhou no Campeonato que não pode falhar no jogo de amanhã. E em caso de derrota, se também classifica esta época como um falhanço?

Não, os balanços... vou-lhe dizer aquilo que fui respondendo ao seu colega. Balanços... vamos falar amanhã. Sabemos aquilo que é a responsabilidade, não quero estar a repetir a resposta anterior, mas o mais importante é nós olharmos primeiro para o trabalho que foi feito, e amanhã, já fizemos o balanço sobre o Campeonato, com certeza faremos o balanço sobre a época. O mais importante é eu sentir a equipa determinada, com um ambiente muito positivo, e todos nós já temos muita experiência do que é que é o futebol, do que é que é jogar as finais. Estamos completamente tranquilos, confiantes de que vamos fazer um grande jogo, queremos vencer o jogo para oferecer este título, primeiro aos adeptos, que nos têm apoiado desde o primeiro minuto, e depois a todos nós pelo trabalho que temos vindo a fazer ao longo do tempo, em particular dos jogadores.

Numa das respostas a um dos nossos colegas, falou da questão do tempo. Com o passado nós também conseguimos perceber um bocadinho daquilo que pode ser o nosso presente. Recordando o que foi a época passada, mais ou menos por esta altura, o Presidente Rui Costa acabou por segurar Roger Schmidt e iniciou outra época até que, depois, não houve mais condições para o técnico continuar e Bruno Lage foi contratado. Acha que está na mesma posição do técnico do ano passado? Falou da questão do tempo. Isto é um problema dos adeptos do Benfica? Não darem tempo aos treinadores e à Direção? Se houver um falhanço na Taça de Portugal acha que corre o mesmo risco que Roger Schmidt e, no início da próxima época, poder ser preterido?

Eu sei muito bem o que se passou no ano passado, como sei muito bem aquilo que se tem passado nos últimos anos. Vamos começando por partes. Eu ouvi com agrado as palavras do Presidente [Rui Costa] a seguir ao jogo do SC Braga, com a serenidade necessária para o momento. Reforço aquilo que disse também nesse momento, que jamais vou conseguir retribuir tudo aquilo que o Benfica já me deu e que, no meu regresso, vim para ser solução e não problema. Agora, sei da importância que é conquistar o Campeonato Nacional ao serviço do Benfica, mas, aquilo que é mais importante neste momento, é o jogo de amanhã. Por isso, temos uma final para disputar e é sobre isso que eu quero falar, porque é um título que o Benfica já não ganha há algum tempo e nós sentimos que, amanhã, podemos vencer esse título. Isso é que é o mais importante.

Pergunto-lhe o que pode fazer de diferente neste jogo frente ao Sporting, uma vez que nos dois últimos, um deles também em disputa de uma competição, uma final, teve um empate, depois as grandes penalidades na Taça da Liga, como sabemos, mas o que poderá fazer de diferente para levar a Taça. Será um jogo decidido nos pormenores?

Sim, a nota dominante nos últimos jogos tem sido o equilíbrio. Olhando para aquilo que fizemos nos dois jogos, nós criámos, tivemos sempre bons momentos no jogo, tivemos várias oportunidades em que podíamos marcar mais do que um golo, por isso, é olhar para aquilo que nós fizemos e temos de continuar a fazer, perceber muito bem... Neste momento já não acredito que haja muitos segredos entre uma equipa e outra, da forma como já jogámos três jogos e recentemente o jogo do Campeonato. Agora, claro, há questões de ordem estratégica que podem fazer a diferença, há questões de ordem individual que podem fazer a diferença, há questões de ordem emotiva que podem fazer a diferença, aquilo que é mais importante é nós sentirmos onde podemos fazer a diferença e sinto que em todos os pormenores, nós preparámos, uma vez mais, bem o jogo. Agora, é dar muita confiança aos nossos jogadores, mentalizá-los que há uma final pela frente e que temos um troféu para conquistar.

Depois de perder o Campeonato, o Benfica entra ou não mais pressionado amanhã para vencer a Taça de Portugal?

Eu até ia sugerir-lhe fazer outra pergunta, porque a sua pergunta é tão óbvia. Já me ouviu responder 5 ou 6 [vezes] da exigência que é ser treinador do Benfica, já lhe dei 3 ou 4 exemplos do que é a exigência diferente para com outros clubes. Nós estamos sempre... a nossa exigência é transversal, é a todo o momento. Nós, de 3 em 3 dias, temos de oferecer resultados, temos de oferecer títulos. Por isso, a nossa exigência é sempre máxima, independentemente do momento.

Otamendi falou da questão do tempo útil de jogo, é uma questão que o preocupa, é algo sobre o qual falou com os jogadores ao longo da semana e também sobre a adaptação ao jogo de amanhã, um jogo provavelmente com muito calor, como está hoje, à hora que é, isso exigiu também algum esforço de adaptação da equipa ao longo da semana?

É uma questão muito interessante. Nós fizemos questão de trabalhar a semana toda à hora do jogo, por isso. Para adaptar quer ao calor, quer à posição do sol, também quer ao vento, porque o Estádio de Jamor vai sentir mais o vento do que nos outros estádios. Sentir também aquilo que é as rotinas normais dos jogadores, o acordar, o tomar um pequeno-almoço, o almoço, ou seja, nós tentámos ir a todos os detalhes e preparámos o jogo da melhor maneira sobre esses pequenos pormenores que você falou. [...] Já agora, porque não houve oportunidade de dizer nas vossas questões, mas de reforçar o espírito de fair-play, porque, nós já falámos sobre isso, é a primeira vez que vou ao Jamor 'ver' uma final da Taça de Portugal. Por isso acho que seria muito interessante também da nossa parte que o jogo fosse – aquilo que eu mais gostava – correto, dentro do campo, fora do campo, fosse um dia para as famílias e um dia de festa, e fica a nossa promessa para os nossos adeptos de que tudo faremos para oferecer o título amanhã.