Comunhão total forçou a negra

RESUMO DO JOGO

Colocando em campo a energia transmitida das bancadas, o Benfica venceu nesta quarta-feira, 25 de junho, o jogo 4 da final do play-off da Liga Placard frente ao Sporting, por 7-5, após prolongamento, e adiou a decisão do título para o jogo 5, aprazado para domingo, 29 de junho, no Pavilhão João Rocha.

Aos 15 segundos de jogo, os leões colocaram-se em vantagem (0-1) por intermédio de Taynan, mas, correspondendo às palavras do treinador Cassiano Klein na véspera do dérbi, o Benfica esboçou uma reação feita de alma e coração.

Logo aos 2', Chishkala introduziu a bola na baliza do Sporting. Contudo, os verdes e brancos solicitaram o suporte de vídeo e, após reverem as imagens, os árbitros entenderam que André Coelho tinha cometido falta sobre Zicky no início da jogada. Decisão: golo anulado.

Sempre a carregar, os encarnados só precisaram de mais 25 segundos para festejarem o 1-1. Higor desembaraçou-se da marcação de Diogo Santos e rematou cruzado com sucesso.

Aos 6', Diego Nunes acertou no poste direito na marcação de um livre e, aos 8', Wesley França cortou pela linha de fundo um remate de Carlos Monteiro que se encaminhava para a baliza deserta. A pressão era total e o 2-1 surgiu no pontapé de canto consequente, por meio de um disparo colocado de Chishkala.

O Sporting reagiu e, aos 11' e aos 12', Léo Gugiel e Chishkala, este com um corte em cima da linha de golo, seguraram a vantagem. O Benfica respondeu com um remate, em queda, de Jacaré travado por Bernardo Paçó, mas foram mesmo os forasteiros, aos (15'), a chegar ao 2-2: Rocha, de cabeça, no coração da área, bateu Léo Gugiel.

Aos 17', um tiro do visitante Rúben Freire foi devolvido pela trave, e, aos 18', nova oportunidade para o Benfica. Léo Gugiel saiu a jogar, serviu Carlos Monteiro, e este cruzou atrasado para Chishkala, que se enquadrou e rematou para uma grande defesa do guarda-redes do Sporting.

Antes do intervalo (19'), ainda houve tempo para Pauleta rematar ao poste direito da baliza encarnada.

Na 2.ª parte, o dérbi continuou disputado a um ritmo alucinante. Aos 21' e 23', Léo Gugiel somou duas grandes intervenções a remates de Wesley e Diogo Santos, e, no ataque, obrigou Bernardo Paçó a aplicar-se, num remate fortíssimo, também aos 23'.

Aos 25', o Sporting chegou ao 2-3 com um remate rasteiro de Taynan, mas a vantagem leonina só durou 14 segundos. Na sequência de um remate inicial de Lúcio Rocha, Higor ficou com a bola, rodou sobre um adversário e fuzilou o guarda-redes adversário de pé esquerdo. Estava feito o 3-3!

O Benfica voltou a criar perigo com um remate de Arthur defendido por Bernardo Paçó (30') e com uma grande jogada coletiva à qual só faltou o desvio vitorioso de Afonso Jesus (32'). Aos 34', foi a vez de o verde e branco Sokolov acertar na barra e, no contra-ataque, Silvestre não conseguiu ganhar o frente a frente com o guarda-redes adversário.

Um dos momentos decisivos do encontro ocorreu aos 33'. Lançado por Diego Nunes, Chishkala recebeu a bola nas costas da defesa contrária, tentou o chapéu a Bernardo Paçó, e este defendeu a bola com as mãos fora da área. Num primeiro momento nada foi assinalado, mas, após um pedido de suporte de vídeo por parte das águias, os árbitros foram rever as imagens, confirmaram a infração e expulsaram o guarda-redes do Sporting.

No consequente livre direto, Henrique Rafagnin defendeu a cobrança de Diego Nunes, e as bancadas responderam... à Benfica, aumentado (ainda mais) os decibéis no apoio à equipa. Empurrado pelos adeptos, o conjunto de Cassiano Klein aproveitou a superioridade numérica para chegar ao 4-3. Diego Nunes encontrou Higor na área, e este completou o seu hat-trick, aos 35'.

Aos 36', o Benfica chegou à 6.ª falta e, no consequente livre direto, Taynan bateu Daniel Osuji para restabelecer a igualdade (4-4).

Com 1 minuto para jogar, o Sporting também alcançou a 6.ª falta, mas Raúl Moreira rematou por cima e desperdiçou a soberana oportunidade. O jogo seguia, mesmo, para prolongamento.

O tempo extra não podia ter começado de melhor forma para as águias, que se recolocaram em vantagem, aos 41', com uma obra-prima de Arthur. Na sequência de uma reposição de bola de Léo Gugiel, o camisola 10 do Benfica acertou um míssil de primeira com o pé direito para o 5-4.

Aos 42', em mais uma decisão suportada após revisão das imagens, os árbitros entenderam que André Coelho cometeu falta sobre Zicky. No entanto, Daniel Osuji agigantou-se na baliza para travar o livre direto de Sokolov. Porém, segundos depois, surgiu o 5-5, por meio de um pontapé colocado de Zicky.

Já após Chishkala ter atirado ao poste, de calcanhar (43'), o Benfica colocou o Pavilhão Fidelidade ao rubro com o 6-5. Na sequência de um livre direto assinalado após falta de Diogo Santos sobre Chishkala, confirmada pelos árbitros após reverem as imagens, o internacional russo rematou rasteiro para o fundo das redes, aos 44'.

No derradeiro minuto da 1.ª parte do prolongamento, o camisola 11 das águias avançaria para nova cobrança, a punir um corte de Zicky com a mão, mas, desta feita, esbarrou na defesa do guardião leonino.

Em vantagem e à boleia da energia dos Benfiquistas, o Glorioso entrou dominante na 2.ª parte e não tardou a ampliar a vantagem. Aos 47', Chishkala ganhou um ressalto no interior da área adversária e rematou cruzado para o 7-5.

No tudo por tudo para reentrar na discussão do dérbi, o Sporting apostou no 5 para 4 e, aos 49', Léo Gugiel brilhou ao sacudir um disparo de Taynan, à queima-roupa, para a barra.

Com 12 segundos para jogar, os leões ainda beneficiaram de um livre direto após carga de Lúcio Rocha sobre Taynan, mas, chamado à cobrança, Merlim atirou ao lado para gáudio da ampla maioria das 2028 pessoas que se deslocaram ao Pavilhão Fidelidade!

Empatada a final do play-off da Liga Placard (2-2), o título será decidido às 19h00 de domingo, 29 de junho, no dérbi marcado para o Pavilhão João Rocha.

DECLARAÇÕES

Cassiano Klein (treinador do Benfica): "Primeiro, o último jogo da época diante dos nossos adeptos, com todo o carinho que eles nos deram, foi algo incrível. O que mais destaco neste confronto é o poder de reação das duas equipas. Perder um jogo como nós perdemos e ter esta postura aqui hoje diz muito do brio, do caráter dos nossos jogadores. Perder um jogo como nós perdemos, sofrendo um golo logo no começo, e repete-se o filme em casa, nos primeiros segundos... O que falámos com os atletas é que os golos acontecem, não há como evitar isso. Aí, tens de mostrar a tua qualidade, a tua parte mental. Estamos atrás do que conseguimos controlar, e vejo que os nossos atletas entenderam muito bem hoje, tiro o chapéu pela entrega. Fico extremamente feliz porque, durante a época, eles trabalharam muito forte, longe dos holofotes, e queríamos presentear os nossos adeptos com um grande jogo. Também conseguimos o resultado que nos mantém vivos na competição, que é o nosso objetivo."

Afonso Jesus (capitão do Benfica): "Tínhamos de limpar a nossa imagem, isso era certo. Não fomos Benfica no último jogo. Hoje, mostrámos um bocadinho daquilo de que somos feitos e aquilo que queremos muito. Agradecer muito aos adeptos pela presença, foi um jogo de futsal inacreditável, e dar os parabéns à minha equipa, logicamente, pela imagem que deixou hoje. É exatamente neste Benfica que nós nos revemos. Foi isto que trabalhámos na época toda, para nos apresentarmos desta maneira."

Higor (pivô do Benfica): "Precisávamos de dar uma resposta para nós mesmos. Sabemos que, no último jogo, não nos apresentámos da maneira que o Benfica deve ser representado. Entrámos com uma responsabilidade muito grande, que era representar este emblema. Com a ajuda dos nossos adeptos, conseguimos dar essa resposta, tanto para nós como para os nossos adeptos. Entrámos com o pensamento de que nada íamos dar por perdido, sabíamos que só quando o árbitro apitasse é que sairíamos com a vitória. Entrámos com esse espírito e saímos com a vitória. Sabíamos que seria um jogo muito difícil, tenso e, praticamente, um jogo mental. Hoje, o nosso mental esteve a 100%, e, quando estamos com o mental a 100%, conseguimos entregar a vitória aos adeptos. Marcar golo, para um pivô, é sempre importante. Dá-te mais confiança, passa confiança para os teus colegas. Hoje, fui abençoado com 3 golos e, o mais importante, a vitória do Benfica."