Futebol

01 agosto 2025, 01h13

Sporting-Benfica

A festa da conquista da Supertaça 2025

RESUMO DO JOGO

No Estádio Algarve, o Benfica venceu o Sporting, por 0-1, com um golo de Pavlidis, e conquistou a Supertaça! Nesta quinta-feira, 31 de julho, "com um orgulho muito seu", os Benfiquistas fizeram uma grande festa no Estádio Algarve!

O Museu Benfica – Cosme Damião está agora à espera da Supertaça Cândido de Oliveira! A 10.ª – 1980, 1985, 1989, 2005, 2014, 2016, 2017, 2019, 2023 e 2025.

A sua dimensão além-fronteiras impede que se diga que o Benfica se deslocou até ao Sul de Portugal. O número de Benfiquistas em solo algarvio daria para encher o Estádio Algarve. Mais do que uma vez.

É mais correto dizer que houve muito Benfica no Algarve. A nação vermelha e branca encaminhou-se até ao Estádio Algarve com um só objetivo em mente: a Supertaça 2025!

Muitos fizeram-se à estrada de manhã cedo, como foi o caso de Mário Ferreira e José Luís Pinto, que vieram de Caminha, no Alto Minho. A uma só voz, assumiram: "Viemos com o propósito de sair daqui com o troféu."

Já sobre os autores dos golos, não há preferências, com Mário a atirar, de forma bem-humorada, que "até podia ser o guarda-redes ou o treinador Bruno Lage".

Sporting-Benfica

Na Fanzone, onde se deu a concentração dos adeptos encarnados, encontrámos um grupo de três amigos. Um deles residente em Silves, os outros dois oriundos da Grande Lisboa, especificamente de Mafra.

A vinda do Benfica ao Algarve foi o motivo perfeito para esta reunião de amigos Benfiquistas. "Aproveitar que o jogo é numa quinta-feira, vir na noite anterior, ficar na casa do amigo, trabalhar remotamente, ir ao jogo e, no dia seguinte, voltar ao trabalho. [Intenso?] Sim! Mas pelo Benfica vale sempre a pena", detalhou Fábio Seicinha, que, apesar de viver no Algarve, é detentor de Red Pass e presença assídua nos jogos do Glorioso.

Sob um forte calor – que não travou o entusiasmo encarnado –, os adeptos das águias iam fazendo a festa antes do duelo. "Benfica, o amor da minha vida" era um dos cânticos mais ouvidos entre as árvores e os carros na zona envolvente do Estádio Algarve.

Sporting-Benfica

À entrada do recinto, inaugurado para o Euro 2004, antes das 19h00, já estava desenhado um corredor que se preparava para receber o Vermelhão.

Os adereços eram mais do que muitos, mas saltou à vista uma bandeira gigante, carregada por um adepto que, em conversa com outros Benfiquistas, sublinhava que, aos 60 anos, ainda tinha força para abanar a bandeira.

Da esquerda para a direita, a palavra de ordem era só uma: "Benfica". Gritos de um lado, gritos do outro, que se intensificavam sempre que se ouvia uma sirene.

Sporting-Benfica

Depois de vários falsos alarmes, para lá das 19h00, eis que o vermelho do autocarro que transportava os jogadores encarnados rasgou a paisagem algarvia. Agora não havia dúvida: as águias estavam prestes a chegar. E, quando tal se confirmou, um longo e ensurdecedor "Glorioso, SLB" fez-se ouvir após o Vermelhão passar a barreira de segurança e entrar, enfim, no estádio.

Já depois da chegada do autocarro do Sporting, recebido com gritos de... "Benfica", começou a romaria dos adeptos para as bancadas do Estádio Algarve. Pelo caminho, partilhavam-se histórias de outros jogos, ídolos e prognósticos para o dérbi.

Sporting-Benfica

Dentro do palco da final da Supertaça 2025, o cântico "Eu amo o Benfica" anunciou a entrada dos jogadores de campo para o aquecimento, já depois de os guarda-redes se terem começado a exercitar.

A entrada dos futebolistas do Sporting fez aumentar a temperatura. Uma troca de cânticos que ninguém queria perder. É dérbi. É emoção. Paixão. Rivalidade centenária.

A entrada dos jogadores em campo foi o primeiro grande momento da noite. O Benfica entrou pela esquerda e, escutado o hino nacional, os futebolistas encarnados fizeram a vénia aos adeptos, sendo saudados de forma efusiva pelos Benfiquistas.

Trubin, Dedic, António Silva, Otamendi, Dahl, Barrenechea, Richard Ríos, Barreiro, Aursnes, Aktürkoğlu e Pavlidis. Estes foram os 11 jogadores escalados por Bruno Lage para tentar trazer a 10.ª Supertaça para o Museu Benfica – Cosme Damião.

onze

Cumprido o minuto de silêncio em memória de Diogo Jota e André Silva, Pavlidis deu o pontapé de saída no dérbi.

Num arranque de jogo muito intenso, em que o Benfica teve mais bola, o Sporting, por intermédio de Pedro Gonçalves, introduziu o esférico no fundo das redes, mas, no momento do passe, Harder encontrava-se em posição irregular (6'). Boa leitura da defesa encarnada a condenar o dinamarquês à armadilha do fora de jogo.

Elétrico, o dérbi não sossegava. Longe das balizas, mas muito disputado no meio-campo. Na bancada, os Benfiquistas faziam o seu papel e, à imagem da bola, também não paravam por um segundo.

Aos 18', Pavlidis furou pelo lado direito, colocou na área, mas Barreiro não conseguiu fazer o desvio certeiro. Esteve perto...

Era no meio-campo leonino que o jogo se desenrolava, cabendo ao Sporting tentar sair no contra-ataque – estratégia que não estava a surtir efeito. Tudo porque o bom posicionamento dos encarnados, aliado a uma pressão alta e eficaz, resolvia os possíveis problemas criados pelos sportinguistas.

Sporting-Benfica

Porém, quando os adversários conseguiam furar a teia montada no miolo, a defesa das águias mostrou-se presente. Exemplo disso foi o excelente corte de António Silva, já dentro da área, à tentativa de Harder (28').

Aos 31', Pavlidis acelerou pelo centro, passou entre dois adversários, mas, à entrada da área, ao terceiro, foi desarmado – boa iniciativa do grego. Na resposta, Geny Catamo, pelo lado direito do ataque leonino, rematou por cima (34').

António Silva, aos 37', voltou a ter uma ação importante, antecipando-se a um adversário, ficando com a bola e lançando a equipa no ataque.

No minuto seguinte, bom desenho ofensivo encarnado: a bola foi da esquerda para a direita, com Richard Ríos a simular e deixar para Dedic, que rematou cruzado, à mercê de um desvio feliz... que não se verificou (39').

Dedic

No lado oposto, novamente pela direita do seu ataque, Geny Catamo colocou a bola na área; esta foi com muita força e acabou por se perder (40').

Já dentro do período de compensação, Aursnes, em habilidade, ganhou uma bola no lado direito do ataque benfiquista, cruzou para a área, mas Rui Silva amarrou o esférico (45'+2').

Segundos depois, Fábio Veríssimo apitou para o intervalo, e as equipas foram para as cabines com o nulo a prevalecer no marcador.

Sporting-Benfica

Filme do jogo

Ver match center

O tempo era de descanso para os atletas, mas não para os adeptos, que, aproveitando as bandeiras oferecidas pela organização, desfraldavam-nas pelo Estádio Algarve, pintando o ar de vermelho e branco. E que lindo é o vermelho e branco...

Dos balneários regressaram os mesmos jogadores; não se registaram alterações nas equipas lisboetas.

Harder, pelo lado esquerdo do seu ataque, fez o primeiro remate da segunda parte, facilmente controlado por Trubin (48'). Trincão, no minuto seguinte, também tentou visar a baliza do guarda-redes ucraniano, mas António Silva prensou a bola, e esta ficou fácil para o guardião.

Quem não precisou de mais do que uma tentativa foi Pavlidis, que, aos 50', inaugurou o marcador, fazendo entrar em erupção o vulcão encarnado no Algarve. Em Portugal. No mundo inteiro.

Sporting-Benfica

No meio-campo, Richard Ríos abriu na esquerda, a bola chegou ao internacional helénico, que tocou para Dahl. Este entrou na área, tentou o cruzamento, mas este foi bloqueado. A bola sobrou para o avançado grego, que, à entrada da área, rematou para o 0-1.

O nulo estava desfeito e o marcador só não voltou a funcionar 9 minutos depois porque Rui Silva fez uma brilhante intervenção a remate de... Pavlidis. Em posição frontal, o camisola 14, servido por Barreiro, rematou forte e colocado, mas o guarda-redes desviou para canto (59').

Dentro da última meia hora, Barreiro acelerou pela direita, deixou Maxi Araújo para trás, cruzou para a entrada da área, onde nem Aktürkoğlu nem Pavlidis conseguiram rematar. Conseguiu Barrenechea, que atirou ao lado (65').

Aos 70', uma luta de Dedic por uma bola que parecia perdida e que originou um canto valeu-lhe uma enorme ovação dos seus novos adeptos.

Sporting-Benfica

Cinco minutos depois, grande defesa de Trubin a remate de Trincão, pelo lado esquerdo do ataque do Sporting (75').

Em desvantagem, o Sporting acercava-se da área encarnada, mas as águias controlavam todos os movimentos dos adversários. Quando conseguiam rematar, Trubin resolvia, como aos 78', quando segurou uma bola vinda da cabeça de Pedro Gonçaves, que estava em posição perigosa. 

As primeiras alterações de Bruno Lage surgiram aos 80', com as entradas de Florentino e Prestianni para os lugares de Barrenechea e Aktürkoğlu.

Na bancada, o povo benfiquista ia puxando intensamente. Durante largos minutos só se ouviu "allez, força SLB" no Estádio Algarve – um cântico que contagiava a equipa. António Silva deu provas disso com um corte providencial a remate de Luis Suárez (83').

Sporting-Benfica

Com o Sporting balanceado no ataque, o Benfica saía na contraofensiva. Foi assim que, aos 84', Prestianni rematou com perigo, mas viu a bola ser desviada para canto.

O autor do golo encarnado, Pavlidis, aos 88', deu o seu lugar a Henrique Araújo, sendo efusivamente aclamado, o mesmo acontecendo com Dedic, rendido por Tiago Gouveia.

Com a vantagem mínima, o relógio parecia correr mais devagar. Os seis minutos de compensação foram vividos com grande intensidade. Em campo, os jogadores davam tudo em cada bola. Fora dele, ecoava um poderoso "Eu amo o Benfica!"

Ainda houve tempo para João Veloso entrar, substituindo Barreiro (90'+8').

Prestianni

A segundos do fim (90'+9'), Prestianni ganhou um canto, no lado esquerdo, e catalisou ainda mais o fervor benfiquista, que teve a apoteose quando o árbitro apitou para o final do desafio (0-1): o Benfica conquistava a 10.ª Supertaça do seu palmarés.

Sprint de toda a equipa e staff para dentro do relvado, numa comunhão total com as bancadas. Após a festa no centro do terreno e o cumprimento aos jogadores do Sporting, o grupo dirigiu-se para o topo do estádio onde estavam instalados parte dos adeptos encarnados.

Cânticos variados, o Ser Benfiquista, vénias de parte a parte. Cachecóis em riste, bandeiras novamente a voar pelo céu algarvio. A festa estava pintada de vermelho e branco, e mais colorida ficou com a eleição de Pavlidis como Homem do Jogo.

Festejos

Após aplaudirem os adversários na hora de receberem as medalhas de prata, os jogadores do Benfica fizeram o tão saboroso caminho da glória, rumo ao palco.

Otamendi foi o último a subir, para, neste caso, ser o primeiro a pegar no troféu. Já com ele na sua posse, o capitão juntou-se ao grupo, que o esperava em festa. Momentos depois, estava no ar a 10.ª Supertaça, pintada de vermelho e branco.

Seguiu-se a foto de família, que juntou equipa e adeptos — estes mais atrás, num plano de fundo imponente; o Ser Benfiquista no sistema sonoro do Estádio Algarve, cantado como se do início do jogo se tratasse; e uma (meia) volta olímpica ao relvado.

Passando sobre as fitas vermelhas e brancas, que sobressaíam sobre o verde do relvado, os jogadores desfilaram até ao túnel de acesso aos balneários. Porque nunca é demais mostrar troféus, Florentino foi até aos adeptos com a taça, para que estes a saboreassem mais de perto.

Sporting-Benfica

Sob uma enorme ovação e, claro está, um pedido muito simples — "Benfica, dá-me o 39!" —, os jogadores recolheram aos balneários. Era o fim da festa.

Na próxima quarta-feira, 6 de agosto, às 20h00, o Benfica defronta o Nice, em França, em desafio da 3.ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões.

Texto: João André Silva
Fotos: Tânia Paulo e Victória Ribeiro / SL Benfica
Última atualização: 1 de agosto de 2025

Patrocinadores principais do Futebol


Relacionadas