Com a motivação de enriquecer o Museu

É já na quarta-feira, 3 de setembro, às 18h00, que a equipa feminina de futsal do Benfica entra em campo para lutar pela vitória na Supertaça, no Pavilhão Multiusos de Gondomar.

Para tal, há que ultrapassar o Nun'Álvares, adversário das águias. Na visão de Paulo Roxo, este é um "jogo de 50/50". "Eu acredito nesse equilíbrio, mas a equipa está confiante e está preparada para ir a Gondomar buscar o título", disse o treinador encarnado, à BTV.

A "boa pré-época" realizada é um indicador positivo. "Elas evoluíram, tanto fisicamente como taticamente. Mas, para esta altura da época, com 3/4 semanas de treino, eu acredito que vai ser um jogo de Supertaça equilibrado", referiu, relativizando os dados estatísticos que refletem maior percentagem de triunfos para o Benfica ante o opositor.

"A estatística vale o que vale. Dentro de campo, as equipas vão procurar vencer, mas essa estatística vem-nos ajudar, até para mostrar às jogadoras que não deixaram de ser boas porque perderam o título no ano passado. Elas limparam o chip do ano passado, e só peço aos adeptos do Benfica que venham ajudar-nos para nos dar mais confiança", sublinhou, enfatizando a importância do "calor humano do adepto benfiquista".

Ouça Paulo Roxo

Na análise ao oponente, Paulo Roxo, que conhece bem o técnico do Nun'Álvares, Paulo Tavares, retratou uma "equipa dinâmica que vai variar do 3-1 para o 4-0". "O Paulo [Tavares] normalmente privilegia o 4-0. É uma equipa boa, forte, muito provavelmente o melhor Nun'Álvares de sempre", detalhou, lembrando que Paulo Tavares conta com 5 jogadoras novas e orienta o coletivo há mais anos, em comparação com o próprio, no Benfica. Ao invés, as futsalistas encarnadas trabalham juntas, na sua maioria, há mais tempo.

"Fisicamente e taticamente, as equipas ainda não estão no ponto que se espera. O Nun'Álvares é uma equipa muito boa tecnicamente, mas, sem complexo nem medo, e com muito respeito, será um Benfica de cabeça limpa e com muita vontade de ganhar o primeiro título da época", destacou.

Habituada a ganhar, Ana Catarina, no arranque da 19.ª época de águia ao peito, considerou que "a equipa evoluiu de forma bastante positiva" na pré-temporada.

"Tivemos também bons jogos na Copa Ibérica e em Oeiras, no torneio organizado pelo [Leões] Porto Salvo. Deu para testar muitas coisas que o [Paulo] Roxo nos pediu para fazer, deu também para pôr coisas novas em prática e para avaliar os índices físicos. Agora, é chegar a quarta-feira e pôr tudo em prática", afirmou a guarda-redes.

No entender da internacional portuguesa, o grupo de trabalho tem reunidas as condições para vencer.

"Está em causa um troféu, e nós, dentro desta equipa, sentimos que estamos em dívida com os Benfiquistas por causa do que se passou no Campeonato no ano passado. Obviamente, isso faz com que nós tenhamos muita ansiedade para entrar em campo, mas é uma ansiedade boa para tentar dar uma enorme alegria que possa compensar aquilo que se passou no ano passado, infelizmente", reforçou.

Ouça Ana Catarina

Ao olhar para o rival, Ana Catarina destaca o investimento efetuado pela equipa de Fafe. "Espera-se um Nun'Álvares muito forte, a pressionar alto, com um jogo também muito vertical de pivô, que pode também alternar para 4-0. Provavelmente, também irão apostar na subida da guarda-redes, e espero que seja também um grande jogo de ambas as partes", antecipou, relativizando o maior número de triunfos do Benfica sobre o Nun'Álvares.

"Se formos pela parte histórica, em qualquer modalidade, pela história do Benfica, quase somos obrigados a ganhar, mas isso [estatística], para nós, diz-nos pouco, no sentido em que é mais um jogo, é aquele jogo que importa. O que está para trás está, os recordes para trás ficaram. Aquilo que importa é o jogo que temos agora pela frente, e é encarar com a máxima serenidade possível, porque vai ser um jogo extremamente difícil", disse.

Para Ana Catarina, é essencial "saber competir ao máximo durante 40 minutos, durante o prolongamento, se for necessário, ou durante os penáltis, se assim for". "Nós temos consciência de que não são os símbolos que entram em campo, não são os títulos que entram em campo, será 5 contra 5, e isso lá dentro é o que irá fazer a diferença", vincou.

"Dignificar ao máximo" o Manto Sagrado é o desígnio. "Infelizmente, no ano passado, apesar de ser uma época em que ganhámos 3 títulos, falhámos o principal, e desse modo não correu tão bem, mas ir para uma Supertaça como campeã, ou não, não acho que faça diferença. A nossa maior motivação passa por devolver títulos a este clube, principalmente porque no ano passado falhámos o objetivo principal", apontou.