"Mostrar caráter e responsabilidade"

ANTEVISÃO

Nos Países Baixos, só a vitória interessa ao Benfica, como sublinhou Pavlidis na antevisão do encontro com o Ajax, para a 5.ª jornada da fase de liga da Liga dos Campeões. O pontapé de saída na Johan Cruijff Arena está aprazado para as 17h45 (hora de Portugal Continental) desta terça-feira, 25 de novembro.

Em declarações à BTV e à Sport TV, após a conferência de imprensa, o avançado das águias destacou a qualidade do Ajax e as dificuldades de jogar na Johan Cruijff Arena, apontando a importância da vitória para o Benfica somar os primeiros pontos na fase de liga da presente edição da Liga dos Campeões.

"Eles têm um bom treinador, são uma boa equipa, e é sempre difícil jogar na casa do Ajax. Espero que seja um bom dia para nós e menos bom para eles. É importante vencermos. Sabemos a qualidade dos jogadores. Tenho de jogar de forma inteligente contra eles. Joguei contra o [Josip] Sutalo, de certeza, não me lembro se joguei contra o [Youri] Baas, mas sei que são dois centrais muito bons e que tenho de ser inteligente e dar o meu melhor", afirmou o internacional grego.

"Espero conseguir [marcar], a equipa precisa de golos e dos 3 pontos. Não importa se for eu ou outro jogador a marcar. Amanhã [terça-feira], o mais importante é a vitória", concluiu.

Com apenas 3 dias entre o jogo contra o Atlético CP e a visita ao Ajax, Pavlidis referiu que "é difícil fazer uma grande preparação", mas que os jogadores têm o objetivo bem presente. O avançado falou ainda das declarações do treinador José Mourinho após a partida da Taça de Portugal.

"A equipa está preparada, todos os jogadores sabem o quão importante é o jogo, e todos pensam no mesmo: ganhar. O mais importante é regressar a Lisboa com os 3 pontos e ver o que podemos fazer na Liga dos Campeões", disse.

"A nossa 1.ª parte [frente ao Atlético] não foi boa, é normal que ele [José Mourinho] não estivesse contente connosco. Quis mandar a sua mensagem. Está feito, conseguimos a vitória, e agora temos um novo jogo, uma nova oportunidade para mostrar que não somos a equipa que fez 0-0 ao intervalo com o Atlético. Todos os jogadores têm de mostrar caráter e a responsabilidade de continuar [na Liga dos Campeões] e ganhar jogos", explicou.

Questionado sobre os avançados das águias e o impacto que, individualmente, tem tido na equipa, Pavlidis sublinhou que "todos os jogadores do Benfica são bons".

"Já estive nessa posição no ano passado com os outros avançados. Têm muita qualidade, o Ivanovic e o Henrique [Araújo]. Eu não quero ouvir dos nossos adeptos que não confiam nos nossos jogadores. Alguns precisam de tempo. Estive na mesma posição do Ivanovic e do Henrique e tento o meu melhor. O Benfica é um clube grande, é preciso caráter para jogar aqui. Às vezes, com novas atmosferas, novos momentos e um novo treinador, é preciso tempo, e acho que é o mais importante para eles", reforçou.

Há 5 ou 6 anos – em Tilburgo, acho – disse ao treinador: "Se não marcar, não durmo." É verdade que estava um pouco inseguro de não marcar muitos golos, na altura? Marcar golos continua a ser o objetivo e o que conta?

Mudei muito desde esse dia. Agora penso diferente. Já não tenho 20, 21, ou 22 anos, como quando nos conhecemos. Agora, o meu objetivo é ajudar a equipa. Se fores o número 9, é importante marcar golos, mas honestamente não durmo quando não ganho. O mais importante é ganhar e ajudar a equipa, seja com golos, assistências, ou a correr. No fim, é ganhar o jogo, não é marcar um golo.

Teve algumas queixas físicas, recentemente. Como se sente agora? E como é que os jogadores receberam a mensagem do treinador após o jogo com o Atlético?

Sinto-me bem, e eu também disse isso mesmo ao treinador no intervalo [sorrisos]. Sinto-me bem, feliz por estar de volta aqui para uma noite de Liga dos Campeões, num estádio que eu conheço muito bem. A respeito do que o treinador nos disse: você, vendo a nossa 1.ª parte frente ao Atlético, teria tido o mesmo pensamento. Sabemos que não jogámos bem, sabemos que temos de melhorar tanto na Champions League como no Campeonato. Precisamos de alterar muitas coisas enquanto jogadores e assumir as nossas responsabilidades. Estamos juntos – jogadores, staff, treinador e Presidente –, e todos queremos que os nossos adeptos sintam orgulho, isso é o mais importante.

Tem sido decisivo para o Benfica nesta época. Sente-se intocável na equipa? Quão especial é, para si, regressar aos Países Baixos, um país onde fez carreira?

Para ser honesto, não gosto disso. Quero sempre fazer bons jogos, fazer golos, dar assistências, ajudar a equipa. Penso apenas em ganhar. Quero jogar, claro, é importante para qualquer jogador jogar, sentir-se bem e confiante. Quero trabalhar todos os dias, dou o meu melhor todos os dias. Voltar aqui é muito bonito. Vivi 3 anos, a 10 minutos daqui. Gostei da vida nos Países Baixos, foram 5 anos e meio espetaculares, em Tilburgo [no Willem II] e Alkmaar [no AZ Alkmaar]. Estou muito feliz por regressar e estar a jogar uma partida de Liga dos Campeões contra o Ajax.

O Ajax chega a este jogo nas mesmas condições que o Benfica, com 4 derrotas e 0 pontos. Mudou de treinador antes da pausa para as seleções e perdeu neste fim de semana. Pensa que essa mudança de treinador poderá beneficiar o Benfica, ou poderá ser o oposto?

Estou sempre a pensar mais na minha equipa, no que fazemos e no que vamos fazer. Vejo os adversários, claro. Vejo a Eredivisie, vejo o Ajax, vejo o AZ Alkmaar e conheço o treinador, porque treinei com ele durante 2 semanas no Willem II. Sei que é um bom treinador. Eles têm bons jogadores, continuam a ser o Ajax, e sei muito bem quão difícil é jogar contra o Ajax na Arena [Johan Cruijff] ou jogar contra o Ajax em geral. Não me lembro de uma única vez em que tenha sido muito fácil ganhar ao Ajax. Acho que vai ser, de novo, um jogo difícil contra eles e vai ser muito difícil jogar.