Clube

19 setembro 2017, 19h42

As vendas de jogadores realizadas nos últimos anos pelos encarnados assumem, de facto, uma importante fatia dos bons resultados que, ano após ano, a SAD apresenta nos Relatórios e Contas. Contudo, é o planeamento a longo prazo que permite conciliar os bons desempenhos a nível financeiro, bem como desportivo.

“O futebol não é uma ciência exata mas do ponto de vista de negócio não é um negócio que possa ser visto à semana. Nós definimos uma estratégia que é plurianual e em que nos vamos manter convictamente firmes”, afirmou Domingos Soares de Oliveira, que aproveitou ainda a oportunidade para explicar a necessidade de gerar rendimento a fim de pagar salários atrativos.

“Queremos reduzir o peso da dívida – e com isso haverá uma redução dos nossos encargos financeiros – e ganhar capacidade para pagar aos melhores jogadores. Nós temos uma frase que é: ‘o talento paga-se’ e portanto, se queremos ter efetivamente sucesso, desportivo temos de estar preparados para pagar bons salários”, referiu o CEO.

“O nosso objetivo é criar as condições para reter mais tempo os melhores jogadores. Mas é preciso compreender outra realidade que é a forma como os mercados têm evoluído e o crescimento dos salários fora do mercado português. Situações como aquelas que aconteceram neste verão, quer em termos de valor de aquisição, quer em termos salariais, são situações que não podem ser encaradas de forma moderada relativamente àquilo que acontece num mercado periférico como o nosso”, fundamentou Domingos Soares de Oliveira.

“Há aqui um equilíbrio que é feito entre o que é a nossa vontade de reter jogadores, a nossa necessidade de, em determinadas situações, fazer uma venda e aquilo que é vontade do jogador. Não podemos encarar a situação de um plantel como termos quase que um controlo esclavagista relativamente ao que é a situação dos jogadores”, complementou o responsável.

Apesar da política do Clube incindir mais sobre a aposta em jogadores formados no Caixa Futebol Campus ou em jovens talentos descobertos pelo departamento de prospeção, o CEO das águias garantiu que há capacidade para fazer investimentos mais avultados, caso exista essa necessidade.

“Não estamos intervencionados pela UEFA, nunca fomos intervencionados pela UEFA, temos uma situação patrimonial invejável e no dia que quisermos fazer um investimento considerável temos todas as condições, sem estarmos dependente de terceiros, para avançarmos”, sublinhou.

Texto: Luís Afonso Guerreiro

Fotos: João Paulo Trindade / SL Benfica 

Última atualização: 21 de março de 2024