Futebol

07 novembro 2017, 15h17

Rui Vitória

A 11 de outubro, aquando da visita ao Complexo social Sagrada Família, Rui Vitória prometeu um novo ciclo para a equipa do Benfica, com triunfos e a começar, desde logo, frente ao Olhanense na Taça de Portugal.

Os números, no que diz respeito ao calendário nacional, estão à vista de todos. Volvidos três dias sobre as palavras do treinador, um chapéu de belo efeito de Gabriel Barbosano Estádio Algarve, colocou o Benfica na 4.ª eliminatória da Taça de Portugal onde vai defrontar o V. Setúbal. Seguiram-se três triunfos na Liga NOS entre a 9.ª e a 11.ª jornadas (1-3 em casa do Aves , 1-0 na receção ao Feirense e 1-3 na visita ao V. Guimarães), o que, no plano doméstico, perfaz um registo de quatro vitórias consecutivas, igualando a melhor série da temporada (Supertaça e primeiras três rondas do campeonato).

Deste novo ciclo ressaltam outros dados objetivos que não “apenas” os resultados. Desde o jogo com o Olhanense – e contabilizando os encontros das competições nacionais –, a equipa de Rui Vitória melhorou as médias de golos marcados e sofridos.

Ao comparar-se a dezena de partidas anteriores com os quatro desafios encadeados neste novo ciclo de Vitória, percebe-se que a média de golos marcados subiu de 1,9 por jogo para dois; nos sofridos, a evolução é ainda mais notória, com a média a cair de 0,8 para 0,5 por desafio.

Nesse mesmo processo defensivo atentou Rui Vitória na antevisão ao jogo com o V. Guimarães. Este foi ajustado, não sendo alheio o surgimento do guarda-redes Svilar e do defesa-central Rúben Dias.

Svilar

Os novos rostos que têm feito a diferença

Rúben Dias, defesa-central formado no Caixa Futebol Campus, não perdeu um minuto após o jogo com o Marítimo (não foi utilizado). Cimentou a posição como titular no Tetracampeão, foi fundamental no golo de Jonas com o Feirense e esteve perto de festejar ante o Olhanense.

Svilar, de 18 anos, assumiu-se como dono da baliza na Taça de Portugal e não mais de lá saiu, recebendo, inclusive, elogios de vários quadrantes, mormente de José Mourinho (que também aludiu a Rúben Dias e Diogo Gonçalves), treinador do Manchester United, e de David de Gea, guarda-redes dos red devils.

Rúben Dias

Da tão propalada crise passou-se para a estabilidade de resultados e de exibições. Tal como em 2015/16, Rui Vitória tem contornado as várias dificuldades com que se depara, encontrando soluções. Desde que este ciclo se iniciou, o Benfica soma nove pontos na Liga NOS, tantos como o FC Porto, e mais dois do que Sporting e SC Braga.

Ainda não se chegou a um terço do campeonato e, tal como frisou Rui Vitória na antecâmara do jogo com o V. Guimarães, os balanços são para ser feitos no fim.

Os novos rostos, contudo, não se esgotam na defesa. Em paralelo com o guarda-redes belga, Diogo Gonçalves tem sido sempre opção desde o encontro com o Olhanense. Do lado esquerdo do meio-campo, o jovem formado no Seixal tem-se mostrado, sobretudo, devido à sua velocidade e capacidade de remate – De Gea que o diga. 

Diogo Gonçalves

Dinâmica tática entre o 4-4-2 e o 4-3-3

Desde que o treinador português chegou à Luz, o 4-4-2 tem sido o sistema preferencial. Porém, Rui Vitória prometera, na entrevista à BTV no final de maio, novas nuances táticas para 2017/18. Elas aí estão depois de bem trabalhadas e afinadas no laboratório do Seixal. 

Em Manchester e em Guimarães foi possível ver o Benfica com o miolo reforçado, com um terceiro médio (4-3-3). Em Inglaterra apareceram Fejsa, Samaris e Pizzi, mas em Guimarães o triângulo foi mais ofensivo, com Krovinovic, no lugar do grego, a aparecer em bom plano (participou no primeiro e no segundo golo).

As competições internas estão paradas devido a compromissos das seleções, com o Benfica a regressar a 18 de novembro – Taça de Portugal com o V. Setúbal – ávido de acrescentar triunfos ao novo ciclo anunciado pelo técnico.

Texto: Marco Rebelo

Última atualização: 9 de julho de 2019

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