Monólogo encarnado num sem-fim de oportunidades

A Imprensa internacional viu um Benfica "dominador" e "colecionador" de um "sem-fim" de oportunidades de golo na primeira mão do play-off da Liga dos Campeões. Registou também como o PAOK "defendeu como pôde" e "numa ocasião isolada" alcançou um empate (1-1) que amarga na boca dos benfiquistas.

"Pouco a pouco, os portugueses mostraram que em casa não há ninguém que os domine", introduziu o diário espanhol "Marca" na análise ao encontro da noite de terça-feira no Estádio da Luz. "Com arrancadas de Gedson, a enésima pérola do Benfica, e o brilho de Pizzi, começaram a dominar o encontro. A segunda parte foi um monólogo encarnado", acentuou aquela publicação.

"Com os escudos defensivos ativados, os gregos defenderam-se como puderam das investidas incessantes dos lusos. O Benfica colecionava ocasiões de golo sem concretizar. Um perdão que os gregos aproveitaram. Seria o egípcio Amr Warda quem, numa ação isolada e no único tiro à baliza por parte da equipa grega, chegaria ao 1-1", escreveu ainda o jornal "Marca", que assenta as suas bases em Madrid.

Ainda em Espanha, mas com sede em Barcelona, o "Mundo Deportivo" assinalou que "o problema do Benfica foi não aproveitar as numerosas ocasiões de golo que teve para sentenciar o encontro". "A equipa portuguesa, que não falhou a fase de grupos da Liga dos Campeões nas últimas oito temporadas, teve um sem-fim de oportunidades de golo", reforçou.

Em Itália, o quotidiano "La Gazzetta dello Sport" realçou a atitude e a forma como o Benfica abordou a partida: "Os portugueses forçaram para desbloquear o jogo no primeiro tempo. No entanto, até ao intervalo, depois de desperdiçar chances e acertar uma bola no travessão, o Benfica conseguiu fazer apenas um golo graças a um pontapé de penálti de Pizzi, a punir uma infração de Maurício."

"No segundo tempo, a equipa de Rui Vitória nunca se viu sob o risco de sofrer o empate, que, no entanto, chegou num livre. Para o Benfica fica o amargo de não ter construído em casa um resultado pesado devido também às proezas do guarda-redes da equipa grega, Paschalakis", anotou a renomada publicação italiana. "A última bola de golo do desafio esteve nos pés de Seferovic, que chutou por cima da barra", adicionou.

O diário francês "L'Équipe" salientou o historial e a tradição do Benfica, "uma equipa assídua na fase de grupos da Liga dos Campeões", e sublinhou também as inúmeras ocasiões de golo criadas pelos encarnados. "Paschalakis esteve impecável na defesa da baliza grega", destacou. "Perto do fim do encontro, Ferreyra também teve nos pés uma bola para 'match point'. Na próxima semana, na Grécia, o Benfica tem de ir atrás da qualificação", apontou.

O "domínio do gigante português" foi uma das principais ideias da análise lavrada pela "ESPN". "O Benfica desperdiçou uma série de chances de golo antes de se adiantar no marcador na conversão de um penálti no primeiro tempo. O gigante português dominou após o intervalo, mas foi surpreendido aos 76' quando o substituto Amr Warda marcou após cabeceamento de Fernando Varela à barra", descreveu.

O "Globoesporte" também enfatizou a qualidade exibicional das águias, que só pecaram na finalização. "O Benfica tentou, mas não conseguiu superar o PAOK no primeiro jogo do play-off da Champions. Com o domínio da partida durante os 90 minutos, a equipa portuguesa desperdiçou muitas chances no Estádio da Luz. Tanta insistência foi recompensada antes do intervalo. De penálti, Pizzi guardou a bola no fundo da baliza. Mesmo com a vantagem, o Benfica continuou em cima", avaliou a publicação brasileira.

Na Grécia, a "Gazzetta" observou um PAOK incapaz de segurar a bola perante a pressão dos comandados de Rui Vitória. "Pizzi teve a primeira ocasião de golo limpa, mas falhou onde normalmente não falha. O Benfica terminou a primeira parte com 62% de posse de bola. Reentrou no jogo a carregar no acelerador e Ferreyra 'roçou' o 2-0 aos 50'. Nesta fase, os jogadores do PAOK evidenciavam incapacidade para reter a bola nos pés, com os seus defensores a sofrerem para aguentar a equipa de Rui Vitória longe da sua baliza. Os portugueses aproveitaram para carregar e aumentar a pressão", detalhou o periódico grego a respeito da atuação do conjunto benfiquista.

Texto: João Sanches

Fotos: Isabel Cutileiro e João Paulo Trindade / SL Benfica