Liga NOS: raio-X do Marítimo

No domingo, pelas 17h30, o Benfica entra no Estádio do Marítimo para disputar a 13.ª jornada da Liga NOS. Agora orientados por Petit, antigo jogador das águias, os insulares vêm de um empate na competição, mas não vencem perante o seu público desde 24 de agosto.

Cláudio Braga iniciou a época, mas o treinador não resistiu a uma série de maus resultados – cinco derrotas seguidas – que culminou com a eliminação do adversário do Benfica da Taça de Portugal. A temporada começou com seis entradas no plantel, onde Danny e Lucas Áfrico se têm revelado como mais-valias, e 15 saídas, algumas delas sonantes, como Pablo Santos, Erdem Sen, Ghazaryan e Éber Bessa.

As importantes perdas tiveram efeito nos resultados, como se nota nas três vitórias alcançadas na Liga NOS em 12 rondas. Em 17 partidas oficiais, o Marítimo conseguiu quatro triunfos (o outro foi na Taça da Liga), três empates e 10 derrotas; marcou 13 golos e sofreu 24.

A temporada até começou bem, com duas vitórias: 3-0 ao Mafra para a Taça da Liga e 1-0 frente ao Santa Clara para a Liga NOS. Na ronda seguinte houve deslocação a Vila do Conde e derrota, por 3-1. As vitórias regressaram nas jornadas seguintes: 2-1 ao GD Chaves e 0-1, fora de portas, diante do Aves.

A partir daqui o melhor que o Marítimo conseguiu foram três empates. Frente ao Sporting, derrota por 3-1 para a Taça da Liga; de regresso à Liga NOS, um empate (0-0 com o Belenenses) e dois desaires (2-0 em Alvalade e 1-3, na Madeira, com o V. Guimarães). Na 3.ª eliminatória da Taça de Portugal, o Marítimo só conseguiu superar o Moura nas grandes penalidades após um nulo ao fim de 120 minutos.

A seguir veio a pior fase da época: seis derrotas e um empate: 1-0 com o Moreirense, 3-2 diante do Feirense, 0-2 ante o FC Porto, 1-0 com o Nacional, 0-3 frente ao Feirense, este para a Taça de Portugal, 0-1 diante do V. Setúbal e 1-1 de novo com o Feirense.

O empate em Santa Maria da Feira foi já com Petit ao leme dos madeirenses e o técnico montou a equipa em 4x5x1, com três reforços de início (indicados a negrito): Amir; Bebeto, Zainadine, Lucas Áfrico, Fábio China, Fabrício, João Gamboa, Vukovic, Correa, Danny e Rodrigo Pinho. Já o onze-tipo, com os mais utilizados em 2018/19, sofre algumas alterações, nomeadamente por se apresentar em 4x4x2: Amir; Bebeto, Zainadine, Lucas Áfrico, Fábio China; Fabrício, Jean Cléber, Correa, Danny; Rodrigo Pinho e Joel.

Para a partida com as águias, destaque para as lesões sofridas por Fábio China e Ricardo Valente, que os deixou em dúvida para o embate.

Jogo de corredores e bola parada

Apesar dos maus resultados e de se encontrar na 13.ª posição da tabela classificativa da Liga NOS, o Marítimo apresenta números interessantes, segundo o portal Wyscout.

Os insulares têm demonstrado capacidade ofensiva e contabilizam, em média, 11 remates por jogo; na posse de bola apresentam uma percentagem na ordem dos 50%. Os comandados por Petit aproveitam os laterais ofensivos (Bebeto e Fábio China), bem como os jogadores que exploram bem os flancos (Danny e Correa) para fazerem muitos cruzamentos em busca de Rodrigo Pinho e de Joel. Em média, por encontro, efetuam 18.

Também na bola parada, o Marítimo mostra alguma eficácia. Não costuma ter muitos pontapés de canto a favor (5 por jogo), mas 76% deles resultam em remate desferido na direção da baliza contrária.

No capítulo do passe, a eficácia ronda os 80%. O conjunto verde-rubro realiza 361 passes por jogo, mas arrisca pouco pois aposta mais no passe lateralizado (132) do que para a frente (128); o passe longo pode ser uma possibilidade para explorar a profundidade do adversário: 46 por desafio, em média.

Em termos defensivos, destaque para a capacidade que o Marítimo demonstra na recuperação de bola. Em média, recupera o esférico 78 vezes a cada 90 minutos.

Transferências no Marítimo

Texto: Marco Rebelo

Fotos: Liga Portugal