Faltou o "xeque-remate"

RESUMO DO JOGO

O Benfica reentrou na Liga NOS frente ao Tondela no Estádio da Luz, 89 dias depois. O Campeão teve volume ofensivo, oportunidades de golo e acelerou mais na segunda parte; a bola entrou múltiplas vezes na grande área, mas nem uma na baliza beirã (0-0). Faltou o xeque-mate para vencer na 25.ª jornada e ficar isolado no 1.º lugar.

À porta fechada como manda a Direção-Geral da Saúde no pós-pandemia COVID-19, mas com mais de 21 mil cachecóis dos Sócios nas bancadas, a entrada da equipa benfiquista na partida podia ter tido impacto no resultado ao segundo minuto. Pizzi insistiu pelo meio, a bola, depois de ressalto, chegou a Vinícius, e este, vendo Rafa com espaço, tocou para o lado na direção do camisola 27, que, na grande área, com Cláudio Ramos pela frente, chutou com a bota esquerda… para a defesa por instinto do guarda-redes com a perna canhota.

Num dos cantos conquistados na dezena inicial de minutos, o Benfica construiu nova oportunidade de golo. Pizzi executou sobre o lado esquerdo e Jardel, de regresso à titularidade no centro da defesa, elevou-se para procurar o golo de cabeça, errando, porém, a baliza. Mas foi por muito pouco.

Domínio de jogo, circulação de bola com progressão pelos três corredores… os comandados por Bruno Lage elaboravam com o objetivo de criar e descobrir espaços na zona defensiva do Tondela, que nesta fase do desafio se apresentou com linhas muito compactas e recuadas.

Variando o centro do jogo para o corredor esquerdo, Gabriel, outro jogador regressado ao onze benfiquista, serviu a infiltração de Rafa. O internacional português desequilibrou, tirou um adversário do caminho e cruzou com perigo, mas faltou conclusão a esta ofensiva ao minuto 27.

Subido pela faixa direita, em apoio a mais um ataque das águias, Rúben cruzou largo, para o segundo poste, a pedir a finalização de Vinícius, que fechou o lance com um toque subtil na bola, mas sem a direção do golo (30’). Por pouco.

O ritmo caiu um pouco no quarto de hora final da etapa inicial, mas o segundo tempo abriu com acelerações e mais ações perto das redes do Tondela. Rafa entrou neste período como no primeiro, a visar a baliza da equipa beirã, desta feita num remate cruzado a partir do lado direito da grande área (47’).

Numa nesga, sobre a quina direita da área tondelense, Gabriel fez por surpreender Cláudio Ramos num remate habilidoso de pé esquerdo, com o esférico a sobrevoar a trave (51’).

Uma excelente combinação do Benfica em velocidade, em profundidade e à largura, deixou Pizzi em posição de tiro ao alvo já dentro da área, mas o guarda-redes Cláudio Ramos conseguiu sacudir a bola pela linha de fundo (55’). Taarabt, logo a seguir, também teve enquadramento para espreitar o golo, mas o disparo do marroquino foi parado por Cláudio Ramos (57’).

Weigl por Dyego Sousa (um médio por um avançado) foi a primeira grande decisão estratégica de Bruno Lage para adensar a pressão ofensiva e a presença no centro do ataque (58’). Com esta alteração, Taarabt recuou uns metros para formar dupla com Gabriel no eixo do meio-campo.

E foi já com Dyego Sousa a intervir na tentativa de assalto à baliza tondelense que Vinícius "chamou" a bola para um remate que era para golo… Era, mas Phillipe Sampaio lançou-se à frente do esférico e “fez” de guarda-redes, afastando para canto (61’). Dyego Sousa mostrou-se depressa noutro ataque, na circunstância a solicitar um remate de André Almeida (outro retorno à titularidade), mas a bola ganhou alguma altura e passou sobre a barra (68’).

Os visitantes deram um ar da sua graça num disparo cruzado de Richards aos 75’, mas o sentido do jogo era apenas um. Seferovic, outro avançado, rendeu Vinícius aos 74’ e refrescou as opções para perfurar a linha defensiva do Tondela.

Tentando o golo, Rúben, de cabeça, acertou no poste esquerdo na sequência de um canto curto do lado direito do ataque e posterior cruzamento de Pizzi (78’). Seferovic, movimentando-se após passe de Gabriel, dispôs igualmente de uma boa chance para faturar (80’), mas o remate cruzado, sobre a direita da área, não terminou com a bola onde a equipa justificava, no interior da baliza beirã.

Ao minuto 84 o esférico acertou pela segunda vez nos ferros da baliza do Tondela. Num canto batido por Grimaldo do lado esquerdo, Dyego Sousa, de cabeça, foi contrariado pela trave. Nesta fase do desafio já o Benfica tinha feito nova (e derradeira) substituição, com Jota a render Pizzi (83’).

Num dos últimos remates (dos mais de 20 que fez na partida), o Benfica teve tudo para festejar o golo (aos 90'+3') que seguramente lhe daria a vitória, mas Petkovic, em cima da linha de baliza, impediu que Dyego Sousa transformasse o pontapé no interior da área na conquista de três pontos que permitiriam ao Campeão isolar-se na liderança do Campeonato.

Texto: João Sanches

Fotos: Tânia Paulo / SL Benfica