Ultrapassagem a alta velocidade

RESUMO DO JOGO

Superior no mano a mano com o Braga, o Benfica venceu no Minho por 0-2 nesta noite de domingo e ultrapassou o adversário direto, posicionando-se agora no 3.º lugar da classificação (a três pontos do 2.º), quando faltam disputar 10 jornadas na Liga NOS 2020/21. Foi a quarta vitória seguida das águias, que, a recuperar, não sofrem golos na prova há 500 minutos!

No lançamento da partida da 24.ª jornada no Estádio Municipal de Braga, Jorge Jesus deixou viva a possibilidade de a equipa benfiquista se apresentar neste embate com uma estrutura tática de três defesas-centrais. Admitido e feito, as águias foram a jogo com Lucas Veríssimo, Otamendi e Vertonghen, competindo a Diogo Gonçalves (direita) e Grimaldo (esquerda) os movimentos de vaivém nos flancos.

Mais empreendedor e eficaz na ligação das jogadas e na concretização dos ataques, o Benfica exibiu a veia criativa ao minuto 10, num lance todo ele trabalhado por canhotos. Seferovic combinou curto com Waldschmidt e este desmarcou o "foguete" Grimaldo. No cara a cara com Matheus, o guarda-redes ganhou o duelo, evitando o golo com a perna esquerda.

Mais perigoso, o conjunto encarnado criou outro momento de agitação na área bracarense aos 23', mas o passe de Taarabt não foi aproveitado pelos companheiros de equipa em zona de finalização. No minuto seguinte, penálti assinalado a favor do Benfica! Seferovic escapou à cortina defensiva arsenalista, encarou Matheus e acabou por cair na zona de rigor. João Pinheiro sinalizou a grande penalidade, mas o castigo seria revertido pelo VAR, que identificou uma infração: fora de jogo do avançado.

O Benfica comandava as iniciativas e ao minuto 38 (falta de Borja sobre Rafa) beneficiou de um livre nas proximidades da baliza do anfitrião. Taarabt cobrou, levantou a bola para o meio da área e Seferovic correspondeu com um bom cabeceamento, mas Matheus foi superior e susteve o esférico.

Uma infração de Fransérgio sobre Rafa aos 39' custou ao médio do Braga o segundo cartão amarelo na partida e o consequente vermelho. A equipa da casa perdia uma unidade, ficava em inferioridade numérica (e aos 43' saiu Abel Ruiz para a entrada de João Novais, uma mudança para recomposição tática).

O coletivo comandado por Jorge Jesus manteve a (boa) dinâmica no arranque do segundo tempo, mas apanhou um susto num lance de bola parada. De livre direto, João Novais procurou a baliza e acertou na barra (50'). Helton estirou-se, mas a execução técnica do médio arsenalista foi meritória.

Seguro e confortável na circulação de bola, o Benfica elaborou novo ataque ameaçador ao minuto 51, com Rafa a apostar num remate de zona exterior e a bola a sair perto do poste esquerdo. Rápido, mais uma vez, a ligar os homens da frente, criou a jogada do 0-2 aos 56'. Rafa, desta feita no papel de assistente, fez um passe perfeito para a fuga de Seferovic na direção da área arsenalista. Perante Matheus, o camisola 14 das águias atirou de pé esquerdo para as redes. O avançado (14.º golo) marcou pela quarta jornada consecutiva, enquanto Rafa somou a quarta assistência no Campeonato.

A primeira modificação no onze benfiquista foi efetuada aos 63': saiu Waldschmidt, entrou Pizzi. Volvidos quatro minutos, as águias podiam ter reduzido a pó as esperanças do Braga. Taarabt centrou a partir da direita e Seferovic mergulhou na área para um golpe de cabeça difícil, mas a chamar o golo. Matheus, na baliza minhota, mostrou reflexos e defendeu com a luva esquerda (67').

Lucas Veríssimo foi o segundo jogador do Benfica a deixar o relvado. O central sentiu dificuldades físicas na primeira parte e ainda resistiu até quase ao quarto de hora final (foi rendido por Jardel aos 76').

O Braga, apesar da desvantagem de dois golos e da inferioridade numérica, não se conformou e fez o possível para reentrar na discussão do resultado (não perdia há nove jogos, recorde-se). Sporar esteve no vértice do ataque que aos 81' terminou com um remate na área, pela direita. Helton estava lá e mostrou qualidade(s). João Novais, pouco depois, arriscou de meia distância, mas errou o alvo.

A partir daqui... o Benfica, com as redes imaculadas há 500 minutos (excluindo descontos de tempo) na Liga NOS, não autorizou lances similares. E o "blindado" encarnado ainda dispôs de duas boas ocasiões para ampliar o score, ambas por Pizzi: na primeira rematou ao lado do poste esquerdo (89'), na segunda, já em período de compensação, finalizou na área, mas Tormena fez de última barreira e salvou os arsenalistas.

Entre estes dois momentos, Jorge Jesus esgotou as substituições: saíram Diogo Gonçalves, Rafa e Taarabt, entraram Gilberto, Everton e Gabriel.

A Liga NOS entra agora num período de pausa para compromissos das seleções nacionais.