"O jogo da pré-época não importa nada"

ANTEVISÃO

Assumindo-se "muito entusiasmado" para o embate frente ao Feyenoord – aprazado para as 20h00 desta quarta-feira, 23 de outubro, no Estádio da Luz –, Aursnes enalteceu o foco dos encarnados no compromisso da 3.ª jornada da fase de liga da Liga dos Campeões.

Na antevisão do duelo, em declarações exclusivas à BTV, e, depois, em conferência de Imprensa, o internacional norueguês desvalorizou o triunfo ante o mesmo rival na Eusébio Cup, sublinhando que "esse jogo [de pré-época] não importa nada" e que agora, em contexto de Champions League, "será totalmente diferente".

Entre vários temas abordados, o atleta vincou que "o estilo de jogo" em que Bruno Lage pretende jogar "encaixa muito bem" no plantel benfiquista e considerou que, atualmente, é um jogador "um pouco mais experiente" e aprimorado, comparativamente aquando da sua chegada à Luz, proveniente, justamente, do Feyenoord.

Antes, em declarações à BTV, o médio revelou também que as águias entrarão em campo com "um bom feeling" e "um espírito muito bom".

Para si, qual é a importância deste jogo? Para a equipa, a que sabe ter uma posição no grupo restrito de equipas que lidera a Liga dos Campeões nesta fase?

Estou muito entusiasmado para o jogo contra o meu clube anterior. Claro que vai ser um jogo duro, porque é uma boa equipa, sei o quão bons eles podem ser. Tivemos um bom começo, mas foram só dois jogos. Há mais seis jogos para jogar, por isso estamos a concentrar-nos no jogo de amanhã [quarta-feira, 23 de outubro] e em fazer o que podemos.

Na pré-época, jogou contra o Feyenoord, foi uma vitória fácil. Que impressões tem do Feyenoord atual?

Não pensamos nesse jogo agora, foi um amigável, e amanhã [quarta-feira, 23 de outubro] será para a Liga dos Campeões. Será totalmente diferente.

Desde que Bruno Lage voltou, o Benfica ganhou todos os jogos. Na sua opinião, o que explica isso?

Penso que estamos a ir bem, ele [Bruno Lage] trouxe muita energia e entusiasmo. O estilo de jogo em que pretende jogar encaixa muito bem connosco. É muito claro e honesto sobre como quer jogar, e isso torna muito mais fácil para nós, jogadores, entendê-lo e aplicarmos em campo, e todos sabemos em que direção estamos a ir.

Joga com Kökcü no meio-campo. É mais fácil para ambos porque o conhece do tempo em que jogaram juntos no Feyenoord?

Talvez um pouco, mas conhecia-o de antes e, agora, também jogo com ele desde a última época. Sei o quão bom jogador ele é, as suas qualidades, mas penso que os jogadores aqui no Benfica também conhecem as suas qualidades. Quando és um bom jogador, é fácil jogar, e adaptamo-nos um ao outro. Talvez me tenha ajudado um pouco no início, mas, agora, toda a gente o percebe.

Pode dizer como, ao longo dos últimos dois anos, se desenvolveu como jogador? Os adeptos do Feyenoord vão ver um Aursnes diferente e melhor do que viram há alguns anos?

Espero que sim, sinto que tenho adquirido muita experiência a um nível muito alto aqui. Quando fui para o Feyenoord, só tinha jogado na Noruega, foi a minha primeira vez no estrangeiro, por isso espero estar um pouco mais experiente. A jogar a um nível muito alto, naturalmente, melhoras, a jogar com melhores jogadores e contra melhores adversários, por isso espero que tenha estado a crescer desde então.

Tem boas memórias do Feyenoord? Portugal e os Países Baixos têm mais ou menos o mesmo tipo de Liga, com três equipas de topo. Há alguma diferença entre a competição portuguesa e a neerlandesa?

Como diz, é um pouco similar, porque tens três ou quatro boas equipas, de topo, também talvez com mais dinheiro do que o resto. Acho que as ligas são um pouco similares nesse sentido e na qualidade também, a Liga é bastante igual. Também podes ver no ranking [de Ligas da UEFA], acho que Portugal e os Países Baixos têm lutado pelo lugar lá, por isso, em termos de qualidade, são talvez duas ligas bastante similares. Tenho boas memórias do Feyenoord. Foi uma experiência muito boa, para mim, jogar na época em que lá estive, com a Liga e também a final da Liga Conferência, apesar de a final não ter sido tão boa, mas tivemos muitos momentos bons e foi uma experiência muito boa.

Sente-se atualmente mais confortável a jogar no meio-campo? Estranhou jogar em várias posições diferentes na época passada?

Estou confortável na posição onde estou a jogar, é aquela onde mais joguei na minha carreira. Em relação à época passada, sempre estive aberto a jogar em todo o lado, e ainda estou. Estou aberto a jogar em qualquer posição. Se o treinador me pedir para jogar lá, eu jogo. Na época passada não foi estranho, nem nenhum problema para mim. O treinador quis que eu jogasse [nas várias posições], foi o que fiz. Tentei fazer o melhor.

Não está a jogar pela sua seleção, e, agora, há muitos jogos para os jogadores. O que pensa desta quantidade de jogos por época?

Sim, penso que são muitos jogos, e uma das razões pelas quais desisti [da seleção nacional da Noruega] foi devido a isso. Quando jogamos em tantas competições em simultâneo, não temos tempo para descansar, física e mentalmente. Por vezes, é bom poder descansar, estar com a família, com os amigos, fazer outras coisas em vez de só jogar futebol o tempo todo. Agora, quando jogamos em tantas competições, na seleção nacional, na Champions, na Liga, nas Taças, temos um jogo a cada 3 ou 4 dias durante todo o ano. É algo que os jogadores sentem e que talvez tenha de ser falado.