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Contas históricas
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Foi publicado, na passada sexta-feira, o Relatório e
Contas da Benfica, SAD relativo ao primeiro semestre da
presente temporada. Trata-se do melhor desempenho
financeiro de sempre, com um lucro de 104,2 milhões de
euros.
Além do impressionante resultado positivo, há que
salientar a subida dos capitais próprios para um
patamar, pela primeira vez, acima dos 200 milhões de
euros (223,4), e também a superação inédita da barreira
dos 600 milhões de euros no que respeita ao ativo
(608,7).
Este resultado extraordinariamente positivo não
surpreende, dada a alienação do passe de João Félix por
126 milhões de euros, o que permitiu encaixar o montante
(120 M€) da cláusula de rescisão do atleta.
Convém, por isso e desde logo, destacar que a Benfica,
SAD voltou a apresentar resultados operacionais, sem
direitos de atletas, positivos. Este facto é
particularmente relevante por mensurar a atividade da
sociedade sem a influência das vendas e amortizações de
passes de atletas, permitindo assim aferir acerca da sua
viabilidade económica-financeira (nomeadamente tendo em
conta que, se deduzidos os resultados financeiros,
mantém-se positivo).
Numa ótica de gestão, a alienação do passe de João Félix
foi encarada, conforme descrito no relatório, “como um
facto extraordinário, que não deve ser acompanhado por
um significativo incremento dos gastos operacionais ou
pela criação de compromissos futuros que não são
sustentáveis para a realidade económica em Portugal”. E
não poderia sê-lo de outra forma, sob pena de, no
futuro, hipotecar-se a sustentabilidade financeira da
Benfica, SAD.
Assim, faz sentido que o montante recebido seja
utilizado para resolver questões estruturantes como a
melhoria das infraestruturas desportivas, a redução da
dívida financeira contratualizada e, também, os
investimentos na aquisição de atletas, onde se inclui o
almejado aumento da capacidade de retenção de talento.
Pretende-se, sem comprometimento do futuro de médio e
longo prazo, aumentar a solidez da sociedade.
Esta tem sido a estratégia prosseguida na gestão da
Benfica, SAD ao longo dos últimos anos, apostando
paralela e continuamente na competitividade da equipa de
futebol, alcançando resultados desportivos importantes.
No âmbito da solidez financeira, há dois indicadores que
merecem ser salientados: fair-play financeiro da UEFA e
dívida líquida.
Relativamente ao fair-play financeiro instituído pela
UEFA, a Benfica, SAD tem cumprido escrupulosamente os
critérios definidos. De destacar o rácio entre gastos
com pessoal vs receitas operacionais, utilizado para
avaliar a eficiência operacional e a viabilidade futura
dos clubes ou SAD. A Benfica, SAD apresentou um rácio de
46%, cinco pontos percentuais abaixo do apresentado no
primeiro semestre do exercício transato e a grande
distância do limite imposto pela UEFA (70%).
Quanto à dívida líquida, o desempenho no primeiro
semestre de 2019/20 acompanhou a tendência de redução
verificada nos últimos exercícios, situando-se agora em
45,8 milhões de euros apenas. Desde o final da época
2015/16, este indicador decresceu 189,5 milhões de
euros, ou seja, é agora somente 19,5% do que era no
final dessa época.
Uma última nota para o passivo, o qual cresceu cerca de
20,7 milhões de euros, refletindo o investimento no
plantel. Totaliza agora 385 milhões de euros, mas
note-se que quase um terço desse montante (112,5M€) não
exige qualquer contrapartida financeira, pois é relativo
à cedência parcial e sem recurso de créditos futuros
relativos ao contrato de exploração dos direitos de
transmissão televisiva, utilizadas para a reestruturação
do passivo. Esta rubrica do passivo decrescerá
paulatinamente com a realização dos jogos da equipa
principal na Liga NOS.
Perante todos estes dados, é com enorme otimismo e
ambição que encaramos o futuro, desejando que
continuemos a conquistar cada vez mais títulos
desportivos. #PeloBenfica
P.S.1: Somos hexadecacampeões Sub-23 de atletismo em
pista coberta. São já 16 títulos nacionais consecutivos
para o Benfica. Notável!
P.S.2: Parabéns também aos nossos antigos atletas Salvio
e Lisandro por se terem sagrado campeões argentinos ao
serviço do Boca Juniors.
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